Pai João das Cachoeiras é um dos meus queridos mentores que, assim como Pai João de Aruanda, também me auxilia nesta caminhada, desde o início da minha jornada missionária. Apesar de eu estar trabalhando mais ativamente com Pai João de Aruanda (porque este habitualmente incorpora mais que aquele), o Pai João das Cachoeiras está sempre presente, a todo instante. É um querido Preto Velho, brincalhão, terapeuta e está sempre trazendo sua sabedoria e Amor em seus ensinamentos.
Recentemente, num momento em que eu estava em uma cachoeira tomando banho com alguns amigos, e estes começaram a cantarolar chamando-o, ele se aproximou de mim com toda sua linda Luz Prateada. Um encanto! Emocionei-me muito, pois apesar de ele estar sempre por perto, desta vez não foi igual. Havia algo diferente no ar e na sua energia. Ele veio para contar, o que nunca havia me falado antes. Queria contar o porquê de o seu nome ser “Pai João das Cachoeiras”. Por que “Cachoeiras”.
E ele narrou sem pesar nem dor, mas com muita leveza. Contou que quando era escravo em uma determinada fazenda, e a cozinheira fazia rosquinhas doces para os senhores de negócios que conversavam um pouco mais abaixo da casa grande, Pai João, sentindo o cheiro, foi se aproximando. A cozinheira, brigando com ele, mandou-o se afastar para não ter problemas. Teimoso – como ele mesmo disse, – atocaiou a outra escrava da fazenda enquanto esta passava com a bandeja de rosquinhas em direção aos senhores, que conversavam ao ar livre. Roubou uma rosquinha e comeu ali mesmo. A sinhá, que da porta da fazenda via tudo, gritava para que ele não comesse. Em teimosia, como ele próprio relatou, comeu assim mesmo, desafiando a sinhá.
A sinhá ficou muito irritada e chamou o capitão do mato para dar um corretivo em João, que nem fez força para se defender ou fugir, enfrentando-o também com muita dignidade. Depois de receber recomendações da sinhá (João já havia feito outras “malcriações” que ela havia relevado), o capitão levou João para uma cachoeira e o amarrou ali no “pé” da cachoeira. Naquele momento, a cachoeira estava sem fluxo forte de água, pois já havia uns dias que não chovia. Assim, amarrado ali, Pai João ficou três dias sem comer, beber ou qualquer amparo. Orava a Deus por misericórdia e força, mas não se arrependia dos seus feitos, de ter comido a rosquinha que fora a gota d’água para ele estar naquela situação. Os outros negros, sabendo que João havia sido levado pelo capitão do mato para um castigo e achando que ele ficaria no tronco ou em algum outro local ali mesmo da fazenda, começaram a procurá-lo, ao que a sinhá deu ordens ao capitão para não contar a ninguém do seu paradeiro.
O senhor da fazenda, apesar de tudo, gostava do João, mesmo com suas “malcriações”, – como dizia, – pois João estava sempre ao seu lado. Era muito prestativo e até rezava por ele quando estava doente ou com algum problema, mas, na ocasião, encontrava-se de viagem fora da fazenda. A sinhá nunca gostou do João, e viu ali uma oportunidade de finalizar toda essa história. O senhor da fazenda, seu esposo, protegia João, de alguma forma, e como ele não estava ali, ela poderia tomar a decisão. E assim o fez.
João, o querido Pai João, morreu afogado quando deu uma grande chuva que encheu a cachoeira, dias depois. Amarrado ali, ele desencarnou sem nenhum peso no coração, abençoando e perdoando tudo aquilo, toda aquela situação. Depois de um tempo, inevitavelmente, os boatos do paradeiro do João começaram a se espalhar e todos começaram a saber que o Pai João havia morrido na cachoeira e fora levado por Oxum. Quando os escravos tinham a oportunidade de ir até a cachoeira, segundo alguns dos seus senhores, eles viam Pai João fazendo graça, brincando, e alguns até se assustavam dizendo estarem vendo a “assombração do nego João”. Outros ficavam felizes por estarem vendo o querido e iluminado escravo que, apesar de terem aprisionado o seu corpo naquele momento do castigo, era uma alma livre de um lindo brilho prateado.
Assim começaram a chamar o João de “Pai João das Cachoeiras”, porque ele começou a aparecer em muitas cachoeiras das redondezas, nas próprias senzalas. E onde era chamado, ali levava todo seu Amor, compaixão, perdão e sabedoria para aqueles escravos que sofriam todas as situações já conhecidas.
Antes desses acontecimentos, Pai João contou que esteve encarnado em Roma como senador, e depois, nos tempos de Jesus, também esteve encarnado. Nessa ocasião, era um pescador, homem de temperamento difícil.
Assim, este querido Preto Velho de Luz Prateada, após contar um pouco de uma das suas vidas que, segundo ele mesmo falou, foi uma das suas mais importantes, disse que me entregaria um ponto, uma melodia a ser cantada para chamá-lo. Da mesma forma como Pai João de Aruanda e Vó Cambina da Bahia me entregaram seus pontos/mantras para a ancoragem das suas energias, o querido Pai João das Cachoeiras também me entrega o dele:
QUANDO O PAI FOR CHEGAR:
Preto Véio de Cachoeira, Preto Véio não anda só; Preto Véio traz com ele, toda força de Nagô!
Preto Véio é alegre, sábio, é amor; Preto Véio traz o Cristo, nosso redentor!
Preto Véio cura karma, eleva alma, é dotô! (Referindo-se a Doutor).
Vem de cachoeira, trazer Oxum, trazer Nagôs! O nome dele é Pai João, nosso “paizin” chegou!
Salve Pai! Salve Vô!
QUANDO O PAI ESTIVER SUBINDO:
Preto Véio de Cachoeira, Preto Véio não anda só; Preto Véio traz com ele, toda força de Nagô!
Preto Véio é alegre, sábio, é Amor, Preto Véio traz o Cristo, nosso redentor!
Preto Véio cura karma, eleva alma, é dotô! (Referindo-se a Doutor.)
Vem de cachoeira, trazer Oxum, trazer Nagôs! O nome dele é Pai João, toda dor lavou! (Referindo-se a lavar a dor com as águas de cachoeira.)
Salve, Pai! Pai, Salve, Vô!
O Pai João das Cachoeiras traz toda a força indiana dos grandes sábios e mestres e a força desobsessiva dos Nagôs (espíritos de elevada vibração e especialistas em desopressão e disciplina). Muitas vezes, Pai João desce às zonas densas com a sua linguagem diplomática, alegre, tranquila e sincera, com toda a sua psicologia e sabedoria e ele doutrina espíritos endurecidos no ódio e na revolta, auxiliando na manipulação daquelas correntes negativas tão pesadas. Pai João, com sua leveza e encantamento cristalino, conversa com aqueles espíritos endurecidos e vai, amorosamente, contornando aquelas revoltas, xingamentos e ameaças. Em pouco tempo, aquele clima tenso normalmente se torna suave com gargalhadas leves, pois Pai João é muito bom nisso: trazer leveza a ambientes pesados. E quando esses espíritos elevam um pouco a sua vibração com os sorrisos que Pai João arranca deles com seus contos, aí entram os grandes Cavaleiros de Luz das grandes Legiões de Luz, e resgatam-nos amorosamente, levando-os para ambientes de recuperação. Ali, depois de mais doutrinas, através do seu livre arbítrio, podem escolher se retornam às densas vibrações onde se encontravam ou se seguem para a Luz, em definitivo, rumo às suas expansões.
Ele, Pai João das Cachoeiras, foi o Apóstolo Pedro (São Pedro, na Igreja Católica). Por um tempo, eu não tive essa confirmação; só sentia, intuía. Mas recentemente, em uma meditação, vi o Apóstolo Pedro esticando a mão para mim e me chamando para conhecer o Templo Espiritual onde eles ficam e ele, enquanto isso, ia sorrindo e assumindo a forma de Pai João das Cachoeiras. Eu perguntei se era ele mesmo. Então ele sorriu e confirmou.
Antes de finalizar, gostaria de relatar uma linda experiência que tive com o Pai João das Cachoeiras: um fenômeno físico. Certa vez, eu estava com umas amigas conversando sobre espiritualidade, onde o tema era “Os Pretos Velhos e suas magias”. Depois de umas duas horas de conversa, quando falávamos e chamávamos animadamente a presença desses velhos queridos, enfatizei várias vezes: “Pai João das Cachoeiras, sinto a sua presença. Não o vejo como de costume, mas sinto-o aqui. Manifeste-se!” – Tudo com ar de bom humor, respeito e alegria. Nenhum fenômeno extrafísico aconteceu, naquele momento. As amigas foram embora e eu fiquei sozinha em casa, quando cerca de cinco minutos depois que elas saíram, meu celular tocou. Era um número desconhecido. Aparecia apenas “não identificado” na tela do celular. Atendi a ligação e havia um barulho de água do outro lado da linha, como se fosse o de uma cachoeira. Um forte barulho, mesmo. Eu falei “Alô? Alguém? Meninas, (referindo-me as minhas amigas) são vocês, né? Colocaram o telefone perto da torneira de água, foi?”. Nada… nenhuma resposta do outro lado; apenas o barulho forte de cachoeira. De repente, ouvi a gargalhada amorosa, amistosa e querida dele… Pai João das Cachoeiras!… O Velho me ligou! Eu tomei um susto porque não esperava aquilo, aquele fenômeno. Soltei o telefone no chão, do susto, e peguei-o, novamente, mas já não havia mais nada. A ligação tinha encerrado. Dias depois, ele incorporou em outro médium em um determinado ambiente de trabalhos mediúnicos e me chamou dizendo: “Assustou com minha ligação, fia? Hahahahahaha!” – E riu, amorosamente. Aquele médium não sabia nada do que havia me acontecido. Foi, portanto, uma informação 100% cristalina. Uma linda experiência!
Aqui, vocês poderão encontrar outros pontos/mantras canalizados por mim: https://www.youtube.com/playlist?list=PLlZPg-dNhobmxH8iAK5lj7yjNy6Lwxm9p
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Revisão de texto: Daniel Danguy e Solange Yabushita
É até onde Jesus me permite ver e transmitir.
Pela Verdade, nada mais que a Verdade,
Em Amor e Bênçãos,
Neva (Gabriel RL)