QUAL SEU OBJETIVO ESPIRITUAL?
Meus queridos amigos da Terra,
É maravilhoso poder me conectar com vocês novamente.
Hoje, gostaria de lhes perguntar: qual é o seu objetivo espiritual? O que vocês esperam realizar com sua espiritualidade?
Não existe resposta certa ou errada, mas é bom serem conscientes e honestos.
As pessoas podem dizer que o objetivo delas é crescer espiritualmente, mas crescer espiritualmente pode ser bem doloroso e desconfortável e, talvez, solitário. Não necessariamente tornará suas vidas mais fáceis ou fará com que se sintam bem, pelo menos a curto prazo.
Vocês estão em busca de crescimento espiritual, mesmo que não se sintam bem a curto prazo?
Pelo que observei, muitas pessoas espiritualizadas só querem se sentir bem. E não há absolutamente nada de errado nisso. Não é uma meta errada de se ter. É compreensível que as pessoas na Terra, que muitas vezes sofreram muito, tenham este objetivo.
O desejo de apenas se sentir bem que as pessoas têm é ilustrado pelo ego espiritual ao qual muitas pessoas espiritualizadas se entregam – que, muitas vezes, parece bom para a pessoa que está sendo espiritualmente egóica, mas é obviamente prejudicial ao crescimento espiritual dela.
O ESTADO DE SER DESEJADO
O estado de ser desejado por muitas pessoas espiritualizadas é sentir-se bem na maior parte do tempo e não ser afetado pela negatividade externa.
Se vocês lerem sites sobre espiritualidade, pode parecer que quase todo mundo está se saindo muito bem e se sentindo bem o tempo todo, e que vocês são os únicos que não estão.
Isso não é verdade. Este é só o efeito Facebook, em que as pessoas só postam momentos felizes e não falam sobre coisas que são alegres. Na realidade, a maioria das pessoas espiritualizadas têm disfunções em suas vidas e, com muita frequência, vivenciam o sofrimento. Elas apenas não falam a respeito.
Da minoria de pessoas que realmente se sentem bem na maior parte do tempo, a maioria delas está em uma bolha, por razões de sobrevivência ou narcisismo. Nesta bolha, basicamente ignoram tudo e todos que não as fazem se sentir imediatamente bem. Elas eliminam tudo que não as faz se sentir imediatamente bem e não se esforçam nem um pouco para ajudar os outros ou curar suas feridas antigas. E, possivelmente, também suprimem suas dores ou partes que não foram curadas. Então, isso vai além de parar de consumir quantidades excessivas de informações e notícias e não ter mais contato com pessoas tóxicas, o que, por si só, são coisas boas de serem feitas.
Pode ser o caso de que a pessoa esteja em modo de sobrevivência e simplesmente precise de uma bolha para enfrentar a vida. Então, criar uma bolha para si mesmo não é necessariamente a escolha errada a fazer. Certamente, é melhor do que simplesmente ficar deprimido. As pessoas devem colocar suas próprias máscaras de ar primeiro, afinal de contas.
Por outro lado, algumas pessoas em bolhas estão interessadas apenas em ter uma vida agradável para si mesmas e poderiam fazer muito mais para ajudar os outros, mas optam por não o fazer. Neste caso, a bolha delas está mais para uma bolha narcisista, mesmo que vivam suas vidas com declarações espirituais do tipo “meu serviço é manter minha vibração elevada”. Abordaremos este argumento mais adiante nesta mensagem.
Se a pessoa está em uma bolha por razões narcisistas, isso é, de fato, consciência de separação, pois a pessoa em tal bolha está ignorando todas as outras pessoas que estão sofrendo.
Estar em uma bolha por razões narcisistas é um pouco como uma mão que decide manter sua vibração alta e, assim, se recusa a apagar o fogo que está queimando seu pé. Porque, de uma perspectiva de consciência de unidade, se você é uma mão, então aquele morador de rua é como seu pé, e ele está, metaforicamente, pegando fogo.
Da perspectiva da consciência de unidade, gastar uma quantidade substancial de tempo ajudando os outros é a única coisa que faz sentido.
Agora, se a mão está lutando profundamente com si mesma, então a mão TAMBÉM está metaforicamente em chamas, e é inteiramente justificado que a mão foque em apagar seu próprio fogo primeiro. Em outras palavras, se alguém precisa de uma bolha por razões de sobrevivência, então essa escolha é totalmente válida e, possivelmente, necessária.
Agora, vamos conhecer Jack. Jack está em uma bolha e consegue chegar ao êxtase nas meditações. Geralmente, sente-se feliz, amoroso e conectado ao universo. Consegue citar princípios espirituais que soam belíssimos. Possui algumas habilidades espirituais e consegue manifestar muito bem. Ele tem uma vida boa. Porém, apesar de se sentir bem e ter energia e os recursos necessários para ajudar os outros, ele não está de fato ajudando os outros.
Ou imaginem o Mestre Tom. Tudo o que dissemos sobre Jack também se aplica ao Mestre Tom, exceto pelo fato de que o Mestre Tom vende cursos sobre espiritualidade na internet por milhares de dólares. Ele não precisa cobrar tanto, mas assim o faz porque pode. Mestre Tom também não usa este dinheiro para ajudar os outros. Em vez disso, está apenas acumulado ou gastando-o para manter um estilo de vida chique e caro.
Agora, para esclarecer, é totalmente aceitável que ele cobre uma quantia razoável de dinheiro por seus serviços. Não há problema algum nisso. Só estou dizendo que, se o Mestre Tom cobra muito mais do que precisa, acumulando dinheiro ou mantendo um estilo de vida caro, então ele está servindo aos outros ou a si mesmo?
Mestre Tom pode estar apresentando um binário falso aqui, fingindo que as únicas duas escolhas são não cobrar nada e passar fome, ou cobrar milhares de dólares. Mas existe um meio termo, em que é possível cobrar uma quantia razoável de dinheiro.
Mestre Tom também pode argumentar que cobrar milhares de dólares não é um problema, porque as pessoas deveriam simplesmente manifestar esse dinheiro. Talvez ele aponte para um vídeo gratuito sobre manifestação que ele fez. Mas existe uma contradição inerente aqui. Qualquer pessoa que já consiga manifestar milhares de dólares quando quiser, talvez até por meio daquele vídeo gratuito, pode não precisa do curso do Mestre Tom. E aqueles que realmente precisam de ajuda podem não ter condições de gastar milhares de dólares em um curso espiritual.
O VERDADEIRO PROPÓSITO DO SERVIÇO ESPIRITUAL
Na melhor das hipóteses, Mestre Tom está se recusando a ajudar as pessoas que mais precisam da ajuda dele, em favor de pessoas que já estão se dando bem. Ele está no deserto vendendo água cara para quem já tem água para beber, ignorando as pessoas que estão morrendo de sede.
Jack – aquele que está na bolha fazendo nada para ajudar os outros – e Mestre Tom – aquele que está na bolha vendendo cursos super caros – podem muito bem pensar que estão na consciência de unidade. Afinal, eles conseguem chegar ao êxtase durante as meditações, possuem algumas habilidades espirituais e têm uma vida ótima. Eles se sentem bem na maior parte do tempo e não são incomodados pela negatividade externa. Os cursos caríssimos do Mestre Tom podem até ajudar algumas pessoas.
Mas, na verdade, tanto Jack quanto Mestre Tom estão na consciência de separação.
Por que? Porque se vocês são uma mão, estão indo bem e seu pé está pegando fogo, e vocês não estão apagando o fogo em seu pé, então na verdade estão provando que não veem aquele pé – aquela pessoa sem-teto – como sendo parte de vocês. Portanto, é consciência de separação.
Se vocês ignoram o pé que está pegando fogo para vender cursos super caros para seus ombros sendo que estes ombros já estão bem… isso também é consciência de separação. Porque se seus pés realmente estivessem pegando fogo – se as pessoas realmente estivessem sofrendo de maneiras terríveis e vocês as vissem como parte de si – então não colocariam barreiras financeiras tão altas que a maioria das pessoas não pode se beneficiar do trabalho de vocês.
As pessoas podem, neste ponto, argumentar que o melhor tipo de serviço que podem oferecer é manter suas vibrações elevadas. Mas se seus pés estivessem pegando fogo, vocês o apagariam ou deixariam seus pés queimarem enquanto tentam manter suas vibrações elevadas? Se estivessem com dificuldades, vocês gostariam que outra pessoa mantivesse a vibração dela elevada e os evitassem meticulosamente, ou gostariam que essa pessoa os ajudasse?
Existem muitas maneiras com as quais vocês podem ajudar os outros imensamente – e, assim, elevar a vibração deles – sem exigir muito esforço de sua parte. Então, se vocês acham que as vibrações elevadas das pessoas da Terra são importantes – e elas são – então ajudar os outros e, assim, elevar substancialmente as vibrações delas talvez seja mais eficiente do que apenas ficar em uma bolha. A menos que estejam passando por muitas dificuldades e precisem dessa bolha como estratégia de sobrevivência.
Quem realmente está na consciência de unidade provavelmente sente que a consciência de unidade torna sua vida mais difícil – porque toda vez que se sentem razoavelmente bem e descansados o suficiente, a consciência de unidade os incentiva a assumir mais projetos para ajudar outras pessoas. E, embora seja satisfatório em certo nível, nem sempre é divertido ou confortável. Mas, por outro lado, também não parece bom o suficiente para a pessoa em consciência de unidade se entregar excessivamente à diversão enquanto o pé dela está pegando fogo (enquanto outros humanos da Terra estão sofrendo).
Uma pessoa que está genuinamente na consciência de unidade pode desejar, em algum nível, não estar na consciência de unidade, pois é muito melhor apenas se divertir e festejar em uma bolha do que ajudar aqueles que mais precisam.
Agora, a exceção é uma pessoa totalmente iluminada. Tal pessoa está na consciência de unidade e fica feliz por estar na consciência de unidade, porque não sofre nem se estressa ao assumir projetos, trabalhar muito e ajudar muitas pessoas. Na verdade, é o que elas amam. Então, pessoas completamente iluminadas são provavelmente as únicas que gostam de estar na consciência de unidade.
Mas, a menos que alguém ouça regularmente as pessoas ao redor lhe dizerem que sua presença é incrível, essa pessoa provavelmente não está totalmente iluminada.
Portanto, se alguém afirma estar na consciência de unidade, se sente incrível e tem uma vida ótima… bom, provavelmente ela está em uma bolha, o que, em última análise, não é um estado de ser super avançado. Ela também pode estar fazendo aquela coisa do Facebook, em que conta como se sente nos seus melhores momentos e não conta sobre a outra metade do tempo.
A ironia é que, para um novato espiritual, uma pessoa bem descansada e abastada em uma bolha por razões narcisistas parece mais avançada espiritualmente do que uma pessoa que realmente está na consciência de unidade e tem um certo nível de estresse, fadiga e dor por estar conversando, tendo empatia e trabalhando para ajudar outras pessoas em sofrimento.
Então, voltando à pergunta anterior: qual é o seu objetivo com a espiritualidade? O que vocês querem alcançar?
Vocês querem apenas uma vida mais agradável, mais feliz e menos dolorosa? Não há nada de errado com isso – se você está com dificuldades atualmente, esta é, possivelmente, a melhor coisa na qual focar.
Ou vocês querem ajudar os outros e serem úteis?
Ou vocês querem crescimento espiritual?
Ou vocês querem uma mistura entre a melhoria das suas vidas, ajudar aos outros e crescimento espiritual?
Se vocês querem crescimento espiritual, isso significa um meio de vida mais feliz para vocês? Ou o crescimento espiritual é um objetivo em si mesmo?
Se, em algum momento, vocês tivessem que escolher entre mais felicidade nos próximos anos e menos crescimento espiritual, ou menos felicidade nos próximos anos e mais crescimento espiritual, o que escolheriam?
Ou seus objetivos são algo que não mencionei?
Não existe resposta certa ou errada. Mas é bom serem honestos e conscientes. E estou curiosa – sintam-se à vontade para compartilhar nos comentários, se desejarem.
Com todo meu amor,
Sua irmã estelar,
Tourmalayne
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Tradução: Sementes das Estrelas / Mariana Spinosa
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