Queridos amigos, queridos homens e mulheres, sou Maria Madalena falando. Tenho muita afinidade com vocês; sou sua amiga; não estou acima de vocês, estou intimamente conectada com vocês através dos seus batimentos cardíacos, que transcendem as eras. É exatamente isto que acontece com as conexões entre almas… elas transcendem séculos e muitas vidas que vocês tiveram aqui na Terra. A alma é de uma dimensão diferente da personalidade terrena com a qual cada um de vocês precisa lidar diariamente.
É normal você estar ancorado em sua personalidade terrena, que é formada por tantas influências externas. Sua predisposição genética, por exemplo, com sua forma atual, é essencialmente algo que você herdou de seus pais quando sua alma veio à Terra. Depois, na sua infância, seus pais também ajudaram a moldá-lo de acordo com a energia, os pontos de vista e os antecedentes deles. As reações que você provocava neles, a abertura emocional e o grau de presença deles, ou a falta dela, transformaram você em quem você é agora. Mais tarde, ainda mais influências o afetaram: sua família, sua terra natal, a sociedade em que você cresceu, sua educação, seus colegas… Você absorveu tantas influências externas da atmosfera terrestre ao seu redor, que elas sufocaram o que você naturalmente é.
Entretanto, ao nascer na Terra, você está iniciando algo inteiramente novo. Mesmo que sua alma já tenha caminhado pela Terra muitas vezes e adquirido bastante experiência, ainda assim cada nascimento é um passo para o desconhecido, um novo ramo na árvore da sua alma. O que há de novo e desconhecido é justamente o que torna a criança tão especial; pode-se perceber isto até mesmo em um recém-nascido. Os pais e aqueles que o observam se enchem de uma admiração profunda, com imenso respeito e reverência pelo grande milagre que ocorre quando uma nova criança vem ao mundo… um ser único, uma tela em branco; e também um ser humano com toda uma história de alma, mas, ao mesmo tempo, com uma abertura totalmente nova à experiência. E esta é uma coisa que a alma, como pai/mãe celestial da criança, já decidiu.
Admire a coragem de toda criança recém-nascida, e daquela criança que você foi, que deu o salto para este mundo. Você sabia que estava indo para o desconhecido e que ficaria imerso em influências externas, que certamente nem sempre seriam benéficas, mas você o fez. No mundo em que você viveu quando criança, e no qual vive agora, ainda existem muito medo e dor do passado. As pessoas carregam traumas emocionais… pais, membros da família, amigos, todos têm que lidar com isso. A estrutura da sua sociedade, embora esteja mudando, ainda não está aberta ao amor, à voz do coração, à voz da alma. Ainda existe muita impotência, ansiedade e falta de comunicação entre as pessoas. E tudo isso influenciou você, enquanto crescia.
Você está aqui para trazer algo de novo para a Terra e para a humanidade; algo que é único e até novo para a sua alma. Embora sua alma tenha uma riqueza de sabedoria acumulada através de vidas passadas, agora você pode – com o que está à sua disposição na sua alma – vivenciar e oferecer alguma coisa especial e nova para a Terra, que, por sua vez, enriquecerá a sua alma. Pois, se sua alma já soubesse e entendesse tudo, por que começaria uma vida nova? Valorize a sua própria coragem e saiba que você acrescenta algo para a sua alma.
Mas este processo de doar algo para o mundo, de fazer uma contribuição exclusiva, certamente não é isento de dor. Para entrar em contato com a experiência da sua alma, para chegar a compreender quem você realmente é e oferecer algo novo de si mesmo em troca, você primeiro precisa se desfazer de tudo o que não é você; precisa libertar-se de tudo o que absorveu do seu ambiente sem questionar. E, com certeza, pessoas sensíveis como você absorveram tantas influências do ambiente, que muitas vezes não conseguem mais discernir o que é delas mesmas e o que vem do mundo exterior… dos pais e dos outros. Portanto, tentar restabelecer a conexão com a sua alma e pretender viver a partir dessa fonte acaba tornando-se um grande empreendimento, uma busca interior profunda.
Volto-me agora para o tema dos relacionamentos. Assim como a maioria das pessoas, você anseia por conexão, entendimento e calor humano. Você quer ser visto pelos outros como você é, embora, no nível mais profundo, anseie por conexão de alma. Você sabe que ao entrar em conexão com outra alma, você se torna mais vivo; você brilha internamente, você se eleva, se anima e é inspirado em muitas áreas da sua vida. A ligação de alma para alma desperta algo em você; é como voltar para casa, para si mesmo. É isto que é despertado e incentivado quando você se conecta com outra pessoa.
Entretanto, o problema dos relacionamentos humanos é que nem todo mundo está totalmente conectado com sua própria alma, e esta falta cria um vazio dentro deles, uma nostalgia, um anseio, um desejo de conexão. A partir desse vazio, a pessoa começa a ver o outro quase como um ser super-humano que vem para resgatá-la, alguém que finalmente a entende totalmente. O outro é visto como divino, como a mãe ou o pai primordial que ela nunca teve na juventude – o deus ou deusa que se mantém fora do alcance das suas orações e meditações.
O amor romântico, sexual, entre parceiros, se apresenta a você como o ideal que libertará esses desejos supremos da sua alma. E esse amor ideal tem uma base saudável, porque descobrir sua alma por trás dos véus terrenos das ilusões e do medo é precisamente o motivo de você estar aqui. Entretanto, se você não estiver confortável dentro de si mesmo, e estiver buscando preencher o vazio interior com algo externo a você, então pode ocorrer uma espiral negativa em um relacionamento íntimo, em uma relação amorosa; e isto pode levar a uma dor imensa, que é o que temos visto regularmente entre parceiros amorosos. Eles se agarram um ao outro como duas pessoas que estão se afogando, ambos cansados e atormentados por um vazio interior que, inicialmente, eles esperavam que o outro preenchesse. Mas o outro também está lutando contra seu próprio vazio interior. E assim, o amor idealizado pode levar a mal-entendidos, desilusão e comportamento prejudicial. Portanto, é fundamental entrar em contato com sua própria alma.
Um relacionamento na forma de um encontro, de uma conexão sincera entre almas, que pode acontecer em todas as áreas da sua vida, pode ajudá-lo. Um grande amor – certamente um amor erótico – pode tocá-lo tão intensamente, que pode levá-lo à conexão com a sua própria alma, fazendo-o sentir-se brilhante e cheio de vida novamente, tenro como um recém-nascido – totalmente entusiasmado! E isto acontece, essencialmente, porque você se lembra do seu eu mais profundo, da sua alma, e que você nasceu para expressar alegria.
Gostaria agora de falar alguma coisa sobre o papel, a conexão entre amor romântico e atração sexual. Amor e sexualidade devem andar juntos. A intenção original da atração sexual entre dois parceiros é que eles abram a alma, um do outro. Com certeza você se lembra como é apaixonar-se e sentir como tudo em você se abre. O outro tocou-o tão profundamente, que você liberou todo tipo de segurança e preocupação. Você se abriu em total encantamento pelo ser, a face, os pensamentos e sentimentos do outro, como se seus próprios pensamentos tivessem sido desligados.
O amor romântico é uma iniciação, uma porta que se abre, oferecendo-lhe acesso à outra pessoa que olha para você sem julgamento, com admiração radiante. Mas essa porta se abre para os dois lados. O amor romântico também abre seus olhos para as suas próprias possibilidades, para aquilo que foi escondido ou coberto pela poeira das convenções e da rotina diária. O amor, o encontro amoroso entre duas almas, escancara as portas e, neste sentido, é uma iniciação para ajudá-lo a experimentar a sua própria alma em um nível mais profundo.
Pode-se dizer que cada encontro especial entre duas pessoas contém um elemento de amor romântico. Pode-se observá-lo inclusive em um pai ou mãe que acabou de ter um bebê. O que eles sentem é algo comparável ao amor romântico: eles estão fascinados pela criança, pelo milagre, pelo imediatismo e a independência de condicionamento. E existe algo semelhante ao fluxo do amor romântico até mesmo no nível do seu trabalho, quando você está fazendo alguma coisa criativa, inspiradora, algo que o satisfaz. É uma corrente de êxtase, uma sensação de elevação, que desperta tudo em você, e que é bom – isso é o poder da sua alma.
Quando você sente esse fluxo na presença de outra pessoa – como por exemplo, de um ser amado, um parceiro ou uma criança – as coisas podem dar errado, e de fato darão, se você ficar tão ligado a ela a ponto de sentir que não pode viver sem ela; que se sinta dependente dela para ter esse sentimento, essa conexão restabelecida com a sua alma. Nesta dependência encontra-se um perigo, porque se tiver que depender de outro além de você mesmo, você acabará desejando possuir essa pessoa. Ou terá tanto medo de perdê-la que construirá um muro e se distanciará. Separação, ansiedade e medo de relacionamentos são defesas contra a dependência de alguém além de você mesmo.
Então, veja que o mesmo amor, que uma vez o levou ao êxtase, pode também lhe trazer total desespero se a pessoa não estiver completamente disponível para você, ou se o seu amor não for correspondido da maneira que você esperava. Ou também pode acontecer que o amor romântico se desenvolva, mas também encontre os aspectos sombrios de cada um, características que evoquem julgamentos ou medo ou raiva. O amor romântico é uma porta pela qual você entra em um relacionamento, mas quando o amor se torna mais “pé-no-chão”, pode também levá-lo a aspectos sombrios inconscientes. Quando estes vêm à tona em um relacionamento, as coisas podem se tornar conflituosas e lançar os parceiros de volta ao vazio interior que só eles mesmos podem preencher. O amor e o amor romântico, são estímulos: eles fazem com que você desperte, que se abra para mais possibilidades. Mas, no final, também o forçam a olhar para a escuridão mais profunda do seu ser, para investigar aquilo que ainda permanece oculto.
Não é apenas uma questão de dependência, mas também um desejo de poder, de possuir a outra pessoa e estar completamente seguro nela. Porque em todas as formas de dependência, existe também uma necessidade de poder, uma necessidade de controle, uma incapacidade de se desapegar, e também uma dor profunda por trás disso: o medo de ficar sozinho, de estar separado, não apenas dos outros, mas da totalidade da vida… de Deus. Este é, em essência, o medo mais profundo que vive em você – o medo de ser rejeitado, de ficar fora do Todo, de estar morto. Acesso é vida: uma conexão profundamente sentida que brota eternamente; uma fonte de criatividade e alegria. Defino a morte como a falta de uma conexão viva, que é também a ausência da alma; e é isto que o assusta mais profundamente. O amor romântico cria um desejo intenso, mas também tem o potencial de criar uma sensação profunda de estar perdido.
Convido-o, agora, a invocar a sua alma, a imaginar que sua essência mais profunda está viva em você, embora sua consciência terrena possa não ser capaz de acessá-la, ou ela não seja sentida imediatamente por você. A criança que você foi uma vez, que veio a este mundo tenra e nova, com seus próprios dons e contribuição única, ainda vive em todas as células do seu corpo. Invoque-a! Diga-lhe seu próprio nome e perceba, internamente, seu rosto original por trás dele. É isto que você está realmente procurando: a ligação viva com sua própria essência divina. Ao se conectar com essa essência interior, com essa fonte de alegria e felicidade, sua vida se torna mais abundante. Você não precisa mais provar tanto para si mesmo e tem menos necessidade de depender de outra pessoa. Então você se torna autossuficiente.
Você se ama, não porque alcançou todo tipo de coisas e foi bem-sucedido, mas porque se enxerga com um olhar de admiração, como alguém que se apaixona. Você está interessado em si mesmo; está comprometido, curioso. Você sabe que Deus vive em você! Quando você se envolve com o mundo com este sentimento básico, os relacionamentos com outras pessoas podem enriquecê-lo, inspirá-lo e fazer você feliz, sem depender delas; você se sente conectado com sua própria essência, seu próprio âmago; e descansa em si mesmo. No fim, este é o objetivo de todos os encontros de alma nesta vida – sejam eles de curta ou longa duração – que você se abra totalmente para suas próprias capacidades, para sua própria inspiração e que as assuma totalmente como suas, ou seja, você não se torna dependente do outro que suscitou esses sentimentos em você, mas os vivencia como seu próprio legado, pois eles são você. Um amor romântico verdadeiro é sempre um amor por si mesmo, pela criança interior – a criança original – que permanece em conexão direta com a sua alma.
Se você deseja sentir a criança interior novamente, e se relacionar consigo mesmo com admiração, compaixão e confiança de que a vida é boa, mantenha-se aberto à vida. Ela constantemente o despertará, sacudindo-o por meio de situações e encontros com outras pessoas e eventos, que talvez nem sempre sejam divertidos, mas que funcionam como uma porta – alguma coisa se abre. Acredite que esses acontecimentos são valiosos; fique aberto para os milagres na sua vida. Às vezes, para receber um milagre, é preciso atravessar vales escuros – isto é inegável – a dor e o sofrimento podem ser enormes. Mas, nesse caso, o que pode ajudá-lo é saber que você vai despertar a consciência da sua alma. Isto dá à dor um fundamento e a envolve com suavidade.
Sua alma traz em si uma sabedoria que vai muito além do horizonte terreno. Confie nisto! Você pode criar e nutrir uma ligação com a sua alma em silêncio e quietude. E não se julgue. Você é um ser humano belo, perfeito do jeito que é. Olhe para si mesmo, por um instante, através dos nossos olhos. Sinta a energia reunida aqui ao ser redor, na qual estão presentes tantos guias e energias auxiliadoras, que o amam e o valorizam. Você é tão valioso para nós, tão precioso. Cada ser humano é como uma pérola, único e insubstituível. Acredite que você é uma pérola. Seja gentil consigo mesmo.
Eu o saúdo com amor. E lhe agradeço pela sua presença.
Canal: Pamela Kribbe
Fonte: http://www.jeshua.net/por/
Tradução: Vera Corrêa – veracorrea46@gmail.com