Neale Donald Walsh – “Impaciência espiritual”

Neale Donald Walsh – “Impaciência espiritual”

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O Contentamento é um ótimo estado para mim. Muitas pessoas passam a vida inteira buscando-o. E quando – ou se – atingem um estado de “contentamento”, estão dispostas a deixar as coisas por isso mesmo. Chegar ao Contentamento é o suficiente para uma vida inteira. É realmente uma conquista extraordinária e, verdade seja dita, a maioria das pessoas não o atingem.

Então, por que continuar? Por que – de certa maneira – não ficar “contente” com o Contentamento?

Bem, claro, não dá para continuar se “não estivermos contentes” com o Contentamento, pois isso significa, por definição, que não atingimos o Contentamento. Portanto, a primeira coisa que podemos compreender sobre a razão de continuarmos é que não tem nada a ver com o estado de Contentamento, de forma alguma, não ser “suficiente”. Não tem nada a ver com a necessidade, frustração ou insatisfação com quem ou o que somos.

Se o desejo de avançar em nossa evolução brotar de um destes sentimentos, então podemos, de fato, ter retrocedido. Ou, talvez, nunca tenhamos chegado, afinal, ao lugar em que imaginávamos estar.

Assim, a primeira mensagem que recebemos quando atingimos o lugar na Jornada Evolutiva chamado de Contentamento é – como diz tão perfeitamente o livro Conversando com Deus: “Não há nenhum lugar que tenhamos que ir, nada que tenhamos que fazer, e nenhuma maneira que tenhamos que ser, exceto exatamente como somos agora”.

Resumindo à essência, isso se traduz em uma simples questão de Autoaceitação. Porém, para a maioria das pessoas, a autoaceitação não é uma questão tão simples. Na verdade, pode ser a coisa mais difícil de se alcançar na vida. É por isso que atingir um estado de Contentamento é um feito tão maravilhoso para um estado de Ser. E conseguir sustentar tal experiência é um sinal de início de maestria.

Porém, existem lugares mais grandiosos para onde uma alma pode viajar. Existem experiências mais grandiosas no âmbito da vida humana que podem ser vividas. E o estado de Contentamento não é, de forma alguma, um estado de despertar total. Ou, em outras palavras, Autoaceitação não equivale à Autoconsciência.

Aceitar o Eu como é no presente não significa que não exista uma versão superior do Eu que você possa vivenciar.

Apenas significa que você está satisfeito com si mesmo e não precisar ir mais longe, não precisa ser “mais”, nem de nenhum requisito autoimposto ou imposto por outros para ser, de alguma forma, ainda “melhor”.

Significa que você entendeu a Nona Ilusão dos Humanos: Existe Superioridade.

(Você vai se lembrar das Dez Ilusões dos Humanos, do extraordinário livro Comunhão com Deus:

1. Existe Necessidade
2. Existe Falha
3. Existe Desunião
4. Existe Insuficiência
5. Existem Requisitos
6. Existe Julgamento
7. Existe Condenação
8. Existe Condicionalidade
9. Existe Superioridade
10. Existe Ignorância

As cinco primeiras são As Ilusões Físicas, que têm a ver com a vida no corpo físico. As cinco últimas são As Ilusões Metafísicas, que têm a ver com realidades não-físicas, ou ideias guardadas na mente).

A ideia de que Existe Superioridade pode gerar uma “necessidade” na mente de vivenciar algo diferente do que estamos vivenciando no momento. Esta necessidade também é uma ilusão. É a Primeira Ilusão dos Humanos, a ideia falsa na qual se baseiam todas as outras ideias falsas a respeito da vida. É o primeiro erro. O Primeiro Mal-entendido. É, de certa maneira, o Pecado Original.

(É claro que não existe “pecado”. O termo é usado aqui como figura de linguagem).

Portanto, o Contentamento é um Estado de Ser no qual percebemos que a Superioridade é uma ilusão. É impossível ser superior exatamente ao que você está sendo agora. É outra maneira de dizer que todas as coisas são perfeitas no mundo de Deus. Deus não precisa que nada seja diferente do que está sendo agora.

Por que, então, se preocupar em mudar? Por que se preocupar em mudar alguma coisa, quem dirá a nós mesmos?

A razão para mudar

A razão para mudar é a mesma razão para fazer qualquer coisa. Conversando com Deus nos diz que só existe uma razão para fazer qualquer coisa: anunciar e declarar, tornar-se e incorporar, expressar e vivenciar a próxima versão mais grandiosa da maior visão que já tivemos de Quem Somos.

CcD explica isso de forma sucinta na seguinte frase:

Todo ato é um ato de autodefinição.

Isso é profundamente verdadeiro – e é compreendido por pouquíssimas pessoas. E acolhido por menos pessoas ainda.

É importante perceber que “maior” não significa, de forma alguma, “melhor”. Ser maior não significa que algo seja superior. “Grande” significa simplesmente isso: maior. No contexto da frase acima que está contida no livro CcD, “uma versão maior” da maior visão que já tivemos de nós mesmos.

Uma árvore não é “melhor” por ser maior hoje do que era há quinze anos. Ela apenas cresceu. Não se tornou “melhor” do que era antes. Não é, de forma alguma, “mais bonita” ou “mais sábia” do que era quando era uma muda. A árvore não sabe nada de mais agora do que sabia naquele período. Mas ela CRESCEU. Tornou-se mais do que sempre foi desde o início. Está apenas exibindo mais “arboridez”. Não se tornou algo diferente do que era, mas tornou-se mais do que era.

A razão para o ser humano mudar não é para se tornar “melhor”, mas para se tornar uma versão maior do que a que esse Ser já é. Este processo de se tornar maior é o processo de crescimento – e crescer é o processo da Vida em si. Deste modo, você não conseguiria parar esse processo, se quisesse, sem parar a Vida em si, e isso é algo que não dá para fazer.

Você pode, porém, desacelerá-lo.

(Não em termos reais, mas em termos da Ilusão que está vivendo, que você chama de vida humana. Em termos reais, você sempre foi, é no momento e sempre será exatamente o que é agora: Divindade, ao máximo. Não dá para ser “parcialmente” Divino, pois a Divindade é um Estado de Ser indivisível. Não é redutível. É a Totalidade em si. É o Tudo em Tudo sendo Tudo em Tudo. Contudo, dentro da ilusão que o Tudo em Tudo criou, chamada Tempo, Espaço e Vida Física, você pode desacelerar a experiência de Quem Você É, e isso é feito… para que você possa “vivenciar a experiência” mais completamente, de forma mais plena, mais duradoura, mais “divinamente”, do que conseguiria se vivenciasse tudo de uma vez. Quando isso é compreendido, você entende a razão pela qual criou todas as ilusões, incluindo a Ilusão do Tempo).

Quando você “desacelera a Vida”, não está desacelerando a Vida, na verdade; está apenas desacelerando a experiência dela. É como colocar um DVD em câmera lenta. Todas as imagens já estão no DVD. Você está apenas dizendo ao seu aparelho de DVD para exibi-las mais lentamente.

A consciência é o aparelho de DVD da sua mente.

Quanto mais elevada for a sua consciência, mais imagens você verá ao mesmo tempo. É como olhar para um rolo de filme sobre uma mesa de luz à sua frente. Você pode olhar um frame por vez, ou pode olhar o rolo inteiro e ver todos os frames de uma vez. Os frames existem simultaneamente, mas você pode, se desejar, visualizá-los em sequência. Desta forma, a realidade que está na mesa de luz à sua frente é sequencial.

(Uma descrição maravilhosa desta sequencialidade é encontrada no livro Em casa com Deus – Uma vida que nunca termina, o último dos diálogos do CcD).

Na próxima semana, vamos explorar a Segunda Etapa da Autoconsciência: Ampliação.

Com amor,

Neale

Canal: Neale Donald Walsch
Fonte: https://www.cwg.org/
Fonte secundária: https://eraoflight.com/2024/10/12/spiritual-impatience/
Tradução: Sementes das Estrelas / Mariana Spinosa

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