Uma senhora chamada Maureen me contou uma vez que estava dirigindo em direção a Forth Road Bridge na Escócia.
É uma ponte com pedágio e uma ou duas milhas da praça de pedágio ela entrou na frente de outro motorista. Foi um acidente. Todos nós já fizemos isso. Um lapso momentâneo de concentração, um ponto cego no espelho.
Felizmente, não houve colisão, mas o outro motorista ficou furioso. Ele apertou a buzina pelo que pareceu uma hora. Ele então parou ao lado dela. Seu rosto estava vermelho de raiva. Ele murmurou alguns palavrões antes de fazer um gesto com o dedo do meio e acelerar.
Maureen ficou abalada. Ela se sentiu muito chateada. Mas ela respirou fundo algumas vezes e foi em direção ao pedágio.
Por acaso quando ela chegou ao pedágio o homem furioso estava atrás dela agora. Deve ter acontecido quando alguns motoristas passaram de uma linha para outra para tentar encontrar a fila mais rápida. Evidentemente, essa estratégia não funcionou tão bem para ele.
Maureen sempre acreditou que a bondade pode resolver muitos dos nossos problemas na vida, então ela pagou o pedágio para ele.
Quando ela se afastou seus ombros relaxaram, seu sorriso voltou e ela se sentiu à vontade, completamente o oposto de apenas alguns momentos antes.
Logo o motorista parou ao lado dela novamente, mas desta vez dizendo algo diferente.
Com um rosto mais calmo ele disse “OBRIGADO” e gentilmente bateu com a mão no coração. Sorrindo ele então acenou com a cabeça algumas vezes em direção a ela e foi embora.
Maureen sentiu-se atordoada mas satisfeita por mais uma vez no laboratório de sua própria vida a bondade ter contornado uma situação negativa. Ela é orientadora em uma escola. Ela tem uma voz suave e olhos gentis. Penso em algumas das crianças sortudas que são enviadas para ela recebendo educação sobre a importância da bondade.
É tão fácil combater raiva com raiva, agressão com agressão. Igual contra igual é como são as coisas para a maioria das pessoas. É como tantas situações se agravam. Contra-atacar com gentileza parece contra intuitivo mas funciona na maior parte do tempo.
Sim, usar bondade significa que você não pode dizer tudo o que vem à mente, você não pode listar todas as falhas da pessoa ou apontar o erro do que ela disse ou fez. Mas pode impedir que uma situação se agrave. Como dizem, é necessário dois para dançar o tango.
Não é fácil. Definitivamente é preciso prática. Mas vale a pena.
Nem sempre tem que ser um ato de bondade. Pode ser com poucas palavras. Pessoas feridas machucam pessoas, como se costuma dizer. Tirar um momento para reconhecer que o comportamento de uma pessoa pode vir de alguma dor torna um pouco mais fácil responder gentilmente.
Uma coisa simples que pode funcionar muito bem é baixar a voz e falar mais devagar. Nossos cérebros estão programados para reconhecer esse tipo de coisa como não ameaçadoras e sinalizam ao sistema nervoso para relaxar, tanto o seu quanto o da outra pessoa.
Muitas vezes me perguntei sobre Maureen e o homem raivoso. Quem sabe sem a intervenção de Maureen ele poderia ter carregado sua raiva com ele pelo resto da noite. Eu me perguntei se ele poderia ter descontado em sua esposa, talvez até mesmo gritado com seus filhos.
Não sei e só posso imaginar. Talvez.
Mas a bondade mudou seu futuro imediato. Se a pesquisa sobre o efeito cascata da bondade conta para alguma coisa é quase certo que o próprio homem teria espalhado alguma bondade. A bondade nos eleva, nos inspira a ver mais nas pessoas, a ser melhores amigos, maridos, esposas, vizinhos, colegas.
A bondade é poderosa. Pode criar mudanças reais e duradouras.
E é tão simples.
Então fica a minha dica do dia. Seja a fonte da experiência de bondade na vida de alguém hoje.
Autor: David R. Hamilton
Fonte: Copyright 2022 David R. Hamilton PhD
Fonte secundária: https://eraoflight.com/2022/04/19/countering-with-kindness/
Tradução: Sementes Das Estrelas / Wender Amaral
