Você também ainda diz sim querendo dizer não? - Sementes das Estrelas

Você também ainda diz sim querendo dizer não?

Compartilhe esse artigo

 

Esse é um excelente caminho para uma vida infeliz e triste.

Já percebeu que quase sempre temos a tendência de justificar os nossos “NÃO” ?

É tão fácil falar SIM.

Mas o “NÃO“ recebe um grande peso que precisa ser sempre suavizado, contextualizado, embasado, seguido até por uma desculpa ou mentirinha. É o tal do “Não posso, não consigo, não tenho, não dá” seguido de um PORQUE…

Construímos a falsa ideia de que o: NÃO. — simples, curto, e objetivo remete a uma grosseria.

A questão é que aquele NÃO para uma outra pessoa também pode se refletir em um SIM pra si mesmo, entende? E o inverso também se aplica. Quando estamos demasiados preocupados em agradar as outras pessoas acabamos esquecendo de buscar sanar as nossas próprias necessidades.

Tenho percebido a importância da comunicação para resolução de conflitos.

Um livro chamado “Comunicação não violenta” me chamou muita atenção por mostrar quantas situações poderiam ter tido resoluções muito mais harmônicas se nos dedicássemos realmente a tentar compreender o outro.

Nossa comunicação frequentemente é uma comunicação agressiva, ostensiva, expansiva e impositiva.

Não estou falando aqui de técnica de oratória. Não é a formalidade das palavras, mas principalmente ao jeito. Me refiro ao tom de voz, aos gestos do corpo, a delicadeza na fala, a sensibilidade e o cuidado para buscar ser claro na mensagem sem ofender e sem querer colocar o seu ponto de vista como verdade absoluta.

Valorizemos o olhar sincero, através da janela das nossas almas que se reconhecem no olho a olho, livre dos julgamentos.

É a observação neutra, a mente que deve buscar se comportar como uma testemunha que se coloca como uma espectadora. Completamente livre de qualquer tentativa de acusar alguém ou a si mesmo. Tenho reparado que isso pode ser treinado e aprimorado, sabia?

É a famosa escuta ativa. Ouvir com atenção para compreender e não para responder. Estar aberto para conhecer o mundo com as lentes do outro. Isso também é empatia.

E concluo que é um grade desafio diário. É mais uma chance de evoluirmos com as oportunidade que a vida nos oferece. Todos que aparecem em nossas vidas cumprem uma função de curar e ser curado. É o mistério da vida acontecendo bem diante das nossas rotinas.

O que está te incomodando? Quem te irrita? O que realmente lhe tira do sério? Convites, oportunidades, novas chances ofertadas, presentes de outras dimensões para evoluirmos como seres humanos nessa aventura. Ninguém veio pra passear. Existe um propósito de estarmos aqui trocando, compartilhando e vivendo juntos.

A maioria das brigas e atritos em relacionamentos deve-se à falta de clareza na comunicação. Expressamos de forma muito limitada nossos sentimentos. Na verdade, desde a infância não nos ensinam sobre como lidar com nossas emoções. Não aprendemos qual a melhor forma de reconhecer e verbalizar aquilo que sentimos em nossos íntimos.

Queremos dizer algo mais profundo e continuamos na superficialidade. Temos receio de expressar abertamente, sem barreiras, as nossas emoções. Não gostamos de compartilhar nossa vulnerabilidade, é desconfortável abrir-se com o outro.

Por isso, muitas vezes acabamos alimentando pensamentos negativos como uma bomba relógio em contagem regressiva e quando finalmente decidimos colocar pra fora por não aguentarmos mais segurar…explodimos!

Essas últimas semanas me percebi repetindo padrões antigos. Tomando consciência que é muito mais honesto comigo mesmo e com o outro quando eu coloco os meus limites.

Quando eu respeito o meu espaço e a minha liberdade expressando a minha forma de enxergar as coisas e agir…eu também estou dando simultaneamente a oportunidade do outro saber aquilo que me incomoda.

No fundo, apenas nós sabemos nossas reais intenções. Porque temos dificuldades em sermos genuínos com aquilo que estamos sentindo e pensando?

Isso faz diferença. Muitas vezes por um medo originalmente de querer ser aceito. E se for escavar ainda mais fundo, é a velha necessidade de querer ser amado(a). Inconscientemente permitimos situações que não nos fazem tão bem para que a gente continue sendo “pertencente” a um grupo/pessoa/lugar. É uma busca carente, uma necessidade do nosso ego de querer receber amor da nossa família, companheiros, amigos, colegas… É como se fosse uma ferida aberta querendo cicatrizar retirando os seus pontos rápido demais.

Pois é exatamente isso que o nosso ego machucado faz de uma forma ingênua, buscando resolver no externo algo que é completamente interno.

Nossa personalidade autêntica é muita mais empoderada do que uma versão nossa tímida com medo de se expor e que aceita tudo o que os outros propõem, sem autonomia e sem poder de decisão.

O amor próprio é a resposta para a confiança e segurança na hora da comunicação. Se você já se considera suficiente para validar aquilo que você acredita. Então isso basta. Não precisamos de aprovação do outro. Pq insistimos em buscar essa validação externa?

O convite agora é para uma comunicação pacífica porém firme. Falar com coragem. Se comunicar e bancar sua forma de pensar com confiança. É hora da linguagem mais Assertiva. Mais Precisa. Com ternura e afeto mas ao mesmo tempo sendo transparente e direta.

Ouço com atenção, coloco minha presença para ouvir. Busco silenciar minha mente. Não quero ser reativo. Mas também não é interessante ser passivo. Fuja dos extremos e busque o caminho do meio. É o famoso equilíbrio que sempre aparece em tudo na nossa vida.

Esquecemos que estamos fazendo parte de um coletivo condicionado a se opor a aquelas pessoas quem manifestam sua genuína vontade ou aqueles questionam um pensamento predominante, o status quo não gosta de ser enfrentado.

Esses são chamados de loucos, ou colocamos dentro de um rótulo de um indivíduo “mal educado” ou “ríspido” e até “Do contra” só por essa pessoa falar e expressar a sua pura verdade. A verdade dela. A visão de mundo que ela enxerga.

Será que em algum momento preferimos acreditar nas mentiras e ilusões de manter relacionamentos sem prezar pela verdade?

Me relembro de duas perguntas: Em que máscara você vive? Em qual papel você tem permitido te dominar?

Pratico em mim a espontaneidade de saber o que eu quero. Decreto com verdade aqui e agora. Com a minha verdade. Respeitando o espaço do outro. Os limites. Expresso a comunicação honesta. Sem medos. Aquela que conecta a mente e o coração.

O sábio ouve com discernimento. Não se precipita. Escuta, analisa, observa, e fala quando sente que é o momento. Compartilha com amor a sua mera opinião.

Autor: O mensageiro
Fonte: _bielmendes

Compartilhe esse artigo

About Author