Judith Kusel - "A Caverna" - Sementes das Estrelas

Judith Kusel – “A Caverna”

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De facto, diz-se que Maria Madalena terá passado longos dias e noites e horas na caverna.

Tal como também os Cátaros terão passado. Tal como os Essênios fizeram, e ainda fazem nos Himalayas e noutros lados.

Pois quando efectivamente se procura silencia e solidão, irá se ser confrontado com os seus maiores medos, as suas maiores inseguranças, tudo que alguma vez acharam ser verdade, e mais do que isso, o vosso próprio lado sombra – e tudo que nunca amaram, nem reclamaram como vosso, nem perdoaram dentro de vocês e dos outros. Acrescentem a isso tudo, vergonha, censura e culpa.

De facto, quando já não existe mais para onde ir, e vocês se encontram completamente expostos na Luz da Onipresença Divina, para onde vão fugir? Não podem fugir de vocês próprios, por muito que tentem.

No entanto, simultaneamente, a caverna transforma-se num lugar sagrado de nutrição, num lugar onde nos sentimos seguros no ventre da Mãe Terra, um lugar de gestação, o lugar onde as sementes gestam e brotam em forma e vida.

É um lugar onde, na mais profunda contemplação, se encontra a maior alegria, o maior amor incondicional e, de fato, aqui se começa a experimentar o Amor Divino na sua forma mais elevada e pura.

Nestes momentos, existe apenas Amor. Existe uma fusão no Amor Onipotente e, assim, tudo se dissolve. Existe apenas UM CORAÇÃO, UMA ALMA, UM AMOR.

A mente está quieta. As palavras deixam de existir. Um está no espaço além do espaço. Um é de fato o UM. Sem fim e sem começo. Apenas um.

Nesses momentos, o Espírito Santo desce e, assim, os dons da alma e do espírito se fundem. De repente, as visões vêm, os tons sagrados ganham vida, os textos sagrados emergem, a Linguagem da Luz brota em crescendo.

Todo o ser se torna uma Música de Amor.

Uma Música de Música.

Uma Exultação.

Um é exaltado.

A caverna transforma-se em Templos de Luz, Amor e Sabedoria, na verdade, os Santos dos Santos.

Agora estaremos a experimentar a Companhia dos Céus e a Onipresença em formas sublimes e exaltadas, que vão além do conhecimento ou expressão humana e, portanto, estão além das palavras e limitações humanas.

A caverna de facto torna-se num espaço de transfiguração!

No entanto, para se chegar a esse lugar, é necessário primeiro colocar sobre o altar sagrado, tudo o que está bloqueando ou impedindo – todo o velho ego negando tudo, os velhos medos, o velho Adão e a Velha Eva e toda a programação ancestral, o sistemas de crenças terrenas e falsos ideais e falsos conhecimentos.

Para que quando se experimente a mais alta exultação, também se fique humilde, pois percebe se da vastidão de experiências, de conhecimento, de pura Presença, da qual realmente não se tem sequer uma vaga idéia, mas a alma de fato pode se expandir para isso, via Onipresença em si.

Na verdade, a pessoa está experimentando o Amor Divino expandido que vai além de toda compreensão, todo sentimento, todo pensamento e tudo mais.

Só é possivel tornar se Amor Incondicional quando finalmente se deixa cair toda a separação dentro de si mesmo, tudo o que separa o eu do eu e, na verdade, tudo o que esteja a aprisionar terrivelmente a alma quando o coração está endurecido.

Quando o coração se abre, e o Amor Divino o permeia, há lágrimas: não de dor, mas de alegria! Alegria além da alegria, amor além do amor.

Êxtase.

Felicidade.

Santo, santo, santo.

Sagrado, sagrado, sagrado.

A caverna de fato se torna o Templo da Luz, O Templo do Amor e O Templo da Sabedoria – pois toda a verdadeira Sabedoria é o Conhecimento Eterno do Divino e da Divindade, abraçando a eterna Árvore da Vida e as Águas Vivas da Vida.

Este é o sublime presente da caverna. ”

Direitos de autor : trecho do livro que estou a escrever.

Canal/Autor: Judith Kusel
Fonte: https://www.judithkusel.com
Tradução: Sementes Das Estrelas / António Bompastor

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