Irineu Evangelista de Sousa (1813-1889), conhecido como Barão de Mauá, se destacou como um dos maiores industriais, comerciantes e banqueiros da história do Brasil. Ele foi o principal representante do início do capitalismo na América do Sul, construindo a primeira ferrovia brasileira e defendendo uma visão a favor do liberalismo econômico valorizando a mão-de-obra e o indivíduo trabalhador, da abolição da escravatura e do investimento em tecnologia de ponta. Encarnado em uma sociedade rural e contra a abolição, acabou recebendo muita retaliação da maioria que atuava em energias contrárias, e acabou precisando vender a maioria de suas empresas para liquidar dívidas. O Barão faleceu poucas semanas antes da queda do Império.
Muitas décadas se passaram, e nos encontramos em uma sociedade que evoluiu desde então, mas que ainda sofre com a instabilidade social e política de um país que se divide em opiniões exacerbadas e que está ancorado em uma cultura de corrupção sistemática. Citarei aqui dois documentários, ambos disponíveis na Netflix, que nos ajuda a entender nossa situação dentro do capitalismo democrático: um sistema que deveria ser em prol de todos, mas que ainda se alinha com questões do ego e do poder, criando muros entre as pessoas.
“Salvando o Capitalismo”, de 2017, traz o ex-Secretário do Trabalho dos Estados Unidos na gestão Clinton e Professor Robert Reich, que enquanto faz o tour de lançamento de seu livro homônimo, debate sobre a forma do capitalismo atual – como as pessoas tem cada vez menos confiança nele e como ele foi modificado pela minoria que possui mais poder para atender seus próprios interesses. Mais para o final do documentário, Reich diz que estamos em um momento decisivo crítico, em que “vamos tomar o caminho do autoritarismo populista, ou vamos tomar o caminho de uma mudança democrática fundamental”. Após mostrar como o capitalismo norte-americano (e, em consequência, o do mundo) foi manipulado de várias maneiras, o professor termina sua prosa de maneira esperançosa, mostrando também que em momentos passados de caos, as pessoas se uniram de maneiras positivas para mudar a realidade.
“Democracia em Vertigem, de 2019 e que foi indicado ao Oscar, faz uma relação entre a idade de Petra Costa – a responsável pelo documentário – e a idade da democracia no Brasil após o período da ditadura militar. Ela aborda a ascensão de um novo partido político que prometia mudar o jogo – e seu declínio; dando lugar a outro político que promete mudar o jogo. Os ciclos se repetem, a democracia é frágil. Assim como nos Estados Unidos de Reich, o Brasil moderno está no mesmo momento crítico. O mundo está no mesmo momento crítico. Uma das coisas mais interessantes da obra de Costa é ver quantas vezes o brasileiro coloca sua salvação na mão de um político, na mão do outro, e sempre se decepciona. No final do documentário, que não é tão otimista quanto o outro aqui citado, a narração de Costa questiona: “Como lidar com a vertigem de ser lançado em um futuro que parece ser tão sombrio quanto nosso passado mais obscuro? O que fazer quando a máscara da civilidade cai, e o que se revela é uma imagem ainda mais assustadora de nós mesmos? De onde tirar forças para caminhar entre as ruínas e começar de novo?”.
Reich responde, e o Barão concorda: “Mudar as regras depende de nós”.
Em sua visita supresa, o Barão de Mauá trouxe um bloco de informações que nós somos os únicos que podemos mudar o jogo, porque a política é apenas uma representação da energia que estamos sustentando. Nossos “representantes” estão na energia que está sendo emanada. Quantas vezes gritamos “ladrão!”, “corrupto!”, apontando para o outro, mas damos um jeito de pagar um imposto menor, uma assinatura de televisão mais barata, conseguir um produto na faixa. A cultura do “jeitinho brasileiro”, daquele sujeito esperto que ganha nas costas do outro é a energia da massa crítica que estamos manifestando. De acordo com o Barão, uma (X) porcentagem da população brasileira ainda vibra nessa energia. Em escala pequena ou grande, é a mesma frequência; dada a oportunidade, aquele que atua em pequenos atos ilícitos é capaz de atuar grandes atos ilícitos.
Nosso sistema de leis é justo? Obviamente não é. Mas querer parar a corrupção com corrupção é o mesmo que querer parar a violência com violência – temos uma roda que nunca vai parar de girar. A única maneira de extinguir a roda é resistir no amor, no comprometimento inviolável com sua verdade, ética e moral interior. O que a outra (Y) porcentagem da população pode continuar fazendo é ancorar a nova energia do mundo que tanto desejamos – de aplicar em seu cotidiano os ideais que queremos ver no governo e no mundo afora.
E isso não significa que aqueles atuantes na corrupção não irão encontrar a justiça, pois a justiça divina nunca falha. Apenas significa que você não irá mais se relacionar com aquela frequência. Quando você julga, você se conecta, você permite que sua energia esteja na mesma vibração. E então você já caiu. Outro benefício de não se relacionar com esta frequência é que você estará blindado de suas consequências. Se os atos de uma política corrupta causa uma crise, mas você não está alinhado com isso, a crise não o afetará.
Quantas vezes vemos casos, ou fazemos nós mesmos, esquemas para que algum familiar ou amigo tenha algum benefício? Outra face do brasileiro é essa fraternidade. Embora ela atualmente abrace apenas aqueles mais próximos, temos o potencial de abranger essa vibração amorosa a uma nação inteira, um planeta inteiro. Esse é outro ponto que o Barão trouxe. Ele disse que o Brasil será um ponto muito importante no futuro. Que quando esse nosso desalinhamento se corrigir e nossa consciência estiver mais expandida, o Brasil abraçará irmãos de todo o planeta que nos procurarão por ajuda; assim mostrando ao mundo o que é a fraternidade.
O Brasil é um país lindo, assim como seu povo. A linguagem do amor e das altas frequências é muito simples, por isso podemos mudar toda uma nação desta maneira. Necessitamos apenas sustentar em nossos campos, no nosso dia a dia, a conduta que queremos ver manifestada. Se Petra nos pergunta de onde tiraremos forças para começar de novo, a resposta está em nós mesmos e em nossos irmãos, sabendo que estamos trilhando um caminho nunca explorado. Sabendo que os padrões e ciclos podem ser quebrados assim que todos assumirem suas autoresponsabilidades e não esperar que alguém de fora venha nos salvar. O recurso de “Deus ex machina” nunca resultou em boas narrativas. Pelo menos não naquelas de longo prazo.
Agradecemos muito pela oportunidade de receber esse ensinamento que ressoa em nosso interior, e na possibilidade que ele chegue nas mãos de todos. Nós podemos mudar o mundo com uma pequena ação de cada vez. Um pensamento por vez. E nos tornar essa incrível nação que terá muito a oferecer a todos os indivíduos do mundo.
É uma honra estar encarnada neste momento com vocês.
Camila Picheth
Nota de Neva (Gabriel RL): Antes de tudo grata, Cami, pela maravilhosa matéria! Segundo, recentemente também através das Lives que tenho feito no Instagram (@gabrielraiolunar e @sementesdasestrelas) ele, o Barão, tem aparecido para dar discursos semelhantes. Acesse o canal do Sementes no Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=Ybu_3gLa9iQ
https://www.youtube.com/watch?v=4Fh6C9LlzXY
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