Queridos amigos, eu sou Maria. Saúdo todos vocês e estou muito contende de vê-los aqui.
Saibam que os amamos, e saibam que existem guias espirituais ao redor de vocês, que são como velhos amigos seus. Do nosso ponto de vista, vocês estão apenas a um piscar de olhos distantes de nós. Mas, para vocês, o mundo espiritual parece tão longínquo e é por isto que muitas vezes duvidam de si mesmos e hesitam em acreditar na voz da sua intuição.
Na sua vida cotidiana, cada um de vocês é absorvido por suas próprias atividades diárias e por pessoas e situações que atraem sua atenção. E assim oscila, porque está constantemente observando o mundo através dos sentidos físicos: olhos, ouvidos e nariz. As impressões sensoriais podem privá-lo da visão da sua realidade interior, da sua dimensão interior. Além disto, você foi treinado para pensar demais, para coletar e organizar, com a mente, as informações do seu ambiente e, a partir daí, reagir ao mundo. Mas a dimensão do mundo espiritual, que realmente perpassa você, e da qual você também faz parte, está literalmente muito próxima, se souber como penetrá-la.
De fato, entrar no mundo interior significa afastar-se do mundo exterior e ancorar-se totalmente em seu corpo e sentimentos. Sua intuição e seu corpo são duas formas – duas pontes, digamos – que lhe possibilitam voltar-se para dentro de si mesmo. Ao entrar conscientemente no seu corpo, este lhe oferece um meio de aproximar-se do que é espiritual dentro de si. Então, você literalmente deixa de lado o mundo exterior, aquele mundo dos sentidos, o mundo das multidões e ruídos que o rodeia, e volta a tomar consciência de si mesmo!
Conectar-se com seu corpo aumenta a sua percepção. Então faça isto agora. Permita que sua consciência percorra toda a sua cabeça, desça por suas costas e pernas, e vá para dentro da Terra. Esteja completamente presente e consciente de si mesmo e deixe de lado todo o resto. Sinta a presença viva dentro do seu corpo e respire profundamente a partir do seu abdome. E assim faremos uma jornada interior que o levará mais perto do mundo espiritual.
Imagine que você está numa floresta, e que caminha por ali com uma criança em cada mão – uma menina em sua mão esquerda, e um menino na direita. Você está caminhando com elas pela floresta, sabendo que há um lugar onde vocês deveriam estar. Você sente uma certa urgência de ir em busca disso. E pressente que a própria floresta pode lhe dar pistas. Então procura trilhas ou espaços abertos que o levem ao local, embora não tenha certeza de onde seja isso. Mas sente que existe alguma coisa que precisa ser concluída.
As crianças que estão ao seu lado não estão com muita vontade de acompanhá-lo em sua busca. Incline-se em direção a elas, por um momento, e tente entender o que elas estão expressando. A menina, à sua esquerda, está com medo. Ela reluta em ser levada por todos esses caminhos desconhecidos. Ela agarra a sua mão e lhe pede para ficar ali, onde se sente mais segura. Ela lhe implora para permanecer ali e diz que quer viver nesse lugar onde vocês estão agora. Ela lhe diz que vocês já sabem o que vocês têm aí, e que isso está bom. A menina representa o medo em você.
A floresta é boa – na verdade é uma bela floresta – mas você ainda sente que algo está faltando. Sabe que existe um lugar, um país talvez, onde se sentirá mais bem ajustado, onde sua natureza poderá se manifestar, e onde o ambiente é mais estimulante. Mas sente-se em conflito internamente devido a esse medo, pois sabe que está numa jornada interior para esse novo país.
Então, você olha para o menininho à sua direita. Com a testa franzida e um ar muito zangado, ele lhe diz: “Nem pense em ir lá! Eu não confio nisso.” O garotinho está atento ao perigo e pensa que você não é confiável e que é tolo por realmente perseguir algo do qual não conhece o resultado. Ele quer impedi-lo de seguir adiante, e lhe diz enfaticamente para ficar onde estão.
Observe sua atitude diante dessas duas crianças. Você as considera um fardo ou acha que elas são irritantes? Ou sente que deve ajuda-las, de alguma forma, porque lhe pertencem? Na verdade, você não pode entrar nesse novo local que está procurando, sem levar essas duas crianças consigo, porque não consegue chegar lá sozinho. Por mais estranho que pareça, você precisa delas para encontrar essa terra.
Então, sente-se e olhe diretamente para as crianças. Olhe primeiro para a menina, e perceba o medo em seus olhos enquanto ela diz: “Estou com medo do desconhecido nesta floresta… a escuridão, os animais selvagens… Eu realmente não me atrevo a sair daqui. Não sei no que eu posso confiar. Não sinto nenhuma orientação, nenhum direcionamento.” Fite-a profundamente nos olhos e diga-lhe: “Eu sou o seu direcionamento e o seu guia. Confie em mim.” Veja se consegue transferir este sentimento positivo para ela, de modo a tranquiliza-la um pouco. Observe a linguagem do corpo dela e então lhe pergunte o que ela necessita para confiar em você. Ofereça-lhe essa confiança e acalme sua mente. Diga-lhe que ela pode sempre recorrer a você em busca de conselho, e que você a ama incondicionalmente e a protegerá. Veja como um vislumbre de entusiasmo e uma nova confiança surgem nessa menina. E ela repousa tranquilamente a mão na sua.
Volte-se agora para o menino. Ele está zangado e, devido aos seus motivos, está profundamente aborrecido. O menino representa a armadura que você construiu, a resistência a confiar na vida. Ele diz: “Não vou permitir mais nenhum dano a nós. Vou protege-lo contra isso, portanto você deve ouvir o que lhe digo. Quero protege-lo contra mais injustiça, contra mais aflição. Você já passou por sofrimentos demais em sua vida. Vou cuidar de você e defende-lo. Fiquemos aqui e não procuremos mais longe. Aqui estamos em segurança, e você pode construir um lugar seguro, ou encontrar uma caverna onde possamos nos esconder.”
Você sente uma certa tristeza no coração por esse menino, pois ele está sendo sincero. Ele quer ajuda-lo a aliviar sua dor e evitar qualquer recorrência de sofrimento. Mas o que ele de fato está fazendo é afastando-o de qualquer felicidade nova, de uma profunda conexão e abertura para a vida. O menino representa a sua resistência à vida, a sua tendência a se defender. Veja se consegue atrai-lo e conectar-se com ele através do olhar ou de alguma outra forma. Diga-lhe que entende por que ele está tão zangado. Nunca ficou muito claro para ele por que ele teve que passar por certos traumas em sua vida, e por que essas coisas surgiram em seu caminho. Ele está reagindo à dor que traz dentro de si e que não consegue entender.
Há em você um conhecimento, um sentimento de que essa dor teve uma razão, de que ela fazia parte deste seu caminho. É um conhecimento que não necessita ser transmitido em palavras, mas simplesmente como um sentimento. Tente transmiti-lo ao menino através de um olhar ou da expressão do seu rosto. É um sentimento de que vocês estão numa jornada muito longa, e que tudo é uma peça do quebra-cabeça; que vocês deveriam confiar no fluir da vida, pois esta lhes trará coisas novas, e o velho sofrimento se dissolverá, se permanecerem abertos a isto.
Observe se os músculos do menino começam a relaxar um pouco quando você põe a mão no ombro dele. Talvez você consiga sentir que há uma grande mágoa nessa criança – uma tristeza pelo que já foi e se perdeu agora. E diga-lhe: “Nós precisamos de você! Eu e a menina a meu lado precisamos de você! Sua vitalidade, sua paixão, são necessárias para realizarmos nossa jornada. Por isto, atreva-se a permitir que essa paixão fluia novamente; atreva-se a penetrar no novo, pois sua coragem e comprometimento são essenciais a esta jornada.”
E assim vocês três se unem e as crianças se transformam, passando a ser como as crianças devem ser; alegres, entusiasmadas e cheias de aventura! Elas não se preocupam com o dia de amanhã e com o que virá – elas confiam no presente. E agora você se deixa guiar pelas crianças, e deixa-as livres para brincar.
Num certo momento, você chega a uma abertura na floresta, onde começa uma nova paisagem. A impressão é que ali as plantas, as árvores e os animais possuem um novo brilho. O cenário parece convidá-lo e lhe dar as boas-vindas, então você entra nessa nação verde. Sentindo-se envolvido por uma leveza e tranquilidade, você atravessa a fronteira entre a velha floresta e a nova terra. As crianças estão dançando ao seu lado e entram correndo nesse novo território.
Você sente-se em Casa aqui – sente-se livre! Seus passos são leves e você inspira uma energia que não é deste mundo. Você sente a fusão deste lugar espiritual com o terreno; eles não são separados um do outro. Existe um lugar na Terra para você – figurativa e literalmente – um lugar físico que também é espiritual, onde você pode vivenciar o espiritual e o mundano unificados.
Corra por aí por uns instantes, ou sente-se, ou deite-se na grama. Sinta o sol na sua pele e a vida ao seu redor: os pássaros, os insetos, os animais, as flores – tudo vive no momento presente. As crianças brincam e dançam por aí. Quando sentir que é o momento, chame-as para junto de si. E quando estiverem sentadas com você, pergunte à menina em primeiro lugar: “O que é importante para mim, na minha vida na Terra? Transmita-me uma mensagem ou um sentimento. O que é importante para mim agora?” E deixe que ela lhe responda com um olhar, uma palavra ou um gesto. Sinta, inclusive, como agora ela o encoraja, como agora ela se tornou uma espécie de guia para você, ao contrário do que era antes.
Em seguida, volte-se para o menino e permita que ele lhe diga o que considera importante para você. “Existe alguma coisa que eu possa fazer para mim mesmo? Algo que me ajude?” Pergunte-lhe o que é importante, de acordo com ele. Depois agradeça às crianças e deixe-as brincarem de novo.
Agora, volte tranquilamente a si, ao momento presente, e saiba que você sempre pode fazer esta jornada interior, afastando-se um pouco da vida cotidiana e de tudo que o ocupa tanto, que o faz perder a conexão consigo mesmo.
Quando sentir que algo em você está desconfortável, é porque há crianças à sua volta querendo resistir, dizendo-lhe que você não precisa mudar nada, que deve continuar trabalhando sem parar e se ajustando à situação. Essas são as vozes do medo e da desconfiança, simbolizadas pela menina e o menino. Mas são justamente essas crianças, essas emoções, que fazem com que você mergulhe mais profundamente em si mesmo, quando decide ser seu próprio guia. É resolvendo e liberando essas emoções, que uma realidade mais profunda vem à luz. Essas crianças têm uma mensagem valiosa para você, portanto permita que elas falem. Se você tiver compaixão pelas suas emoções, elas se transformarão na voz da sua intuição. O lastro pesado, então, se dissolverá e as crianças passarão a representar sua natureza intuitiva.
Faça este trabalho interno regularmente. Se não se sentir confortável em algumas situações, ou com certas pessoas, consulte as crianças em seu interior. Coloque-as à vontade e leve-as para aquela outra terra, onde você se sente em Casa e seguro. Esse é o lugar onde o terreno e o espiritual se sobrepõem e se fundem. Nesse lugar, você pode inclusive nos encontrar, e faremos tudo que pudermos para encorajá-lo a dialogar constantemente com a sua parte criança.
Quanto mais você dialogar internamente consigo mesmo, em paz e simplicidade, mais a energia cósmica fluirá por você. Então, você fortalecerá sua conexão com o que você chama de “mundo espiritual” – o outro mundo. Esse mundo está aqui e agora. Ele é uma parte tão forte de você quanto o seu corpo terreno e seus cinco sentidos. É intenção da sua alma que esse outro mundo seja a base da sua vida aqui na Terra, porque ele lhe dá direção em sua vida; ele lhe mostra o que é realmente importante. Portanto, confie em si mesmo quando entrar nessa dimensão interna. Aí seus guias são os seus sentimentos, seu conhecimento interior.
Ao entrar na dimensão interna, você precisa deixar de lado o que lhe foi ensinado, precisa deixar de avaliar as coisas com sua mente e de considerar real apenas o que consegue observar com seus sentidos. Sua sabedoria interior é que lhe diz se algo é verdadeiro e faz sentido para você. Confie nisto! É ela que orienta seu lado espiritual para estar mais presente na Terra, de modo a poder fluir em sua vida diária.
Agradeço a cada um de vocês por sua presença aqui. Nós os amamos.
MÃE MARIA – “A JORNADA INTERIOR”
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