Criamos caixas invisíveis ao nosso redor – caixas fabricadas pelos nossos medos, feridas e julgamentos. E, enquanto permanecemos dentro de nossas caixas, geralmente nem percebemos que ela está lá, e vivemos uma vida alheia às limitações impostas pelos muros invisíveis que nos cercam.
De vez em quando, contudo, alguma coisa, seja de dentro de nós, seja estimulada pelas circunstâncias externas, nos impele para fora da caixa, e, de repente, nos tornamos dolorosamente conscientes de sua presença. Subitamente nos deparamos com os próprios temores, dores e julgamentos que a criaram, para começar. Nós nos sentimos vulneráveis e expostos quando estamos fora de nossa caixa. Acreditamos que os outros ou a vida vão refletir o que sentimos sobre nós mesmos, coisas que passamos a acreditar acerca de nós, e que nos colocaram dentro da caixa para início de conversa.
Mas, e se houver uma vida nos esperando um pouco além do limiar dos nossos medos? E se estivermos nos fechando para o amor a fim de curar as feridas que nos machucam internamente? E se pudéssemos nos conhecer de modo diferente – se saíssemos da caixa protetora?
Atualmente estamos sendo desafiados a nos conscientizar de nossas limitações e crenças autoimpostas que as colocam aí. Oferece-se a nós o dom da autoconsciência, ao sermos impelidos para além do nosso limiar do medo. Somos dotados do apoio de que precisamos para desfazer as crenças essenciais que nos impedem de vivenciar a nossa vida e a nós mesmos de modo pleno.
Pode não ser confortável encarar nosso lado sombrio e nos manter presentes, para formar um novo relacionamento com essas nossas partes rejeitadas. Mas precisamos deixar espaço para nossos medos em nossa consciência a fim de que possamos viver além deles: para que possamos crescer. Somos convidados a nos tornar a testemunha empática dos sentimentos que nos restringem e limitam, em vez de consentir que eles nos consumam, nos controlem e nos definam.
Temos a tendência de projetar no desconhecido todas as coisas que tememos como uma maneira de afastá-las de nós, e, quando assim fazemos, vivemos em ciclos repetidos do conhecido. Uma vez que acessemos o desconhecido, esses medos se tornam presentes e somos capazes de vê-los revelados pelo que são: falsas evidências que se parecem reais. Podemos então nos expandir no fluxo da vida. Podemos ver a verdadeira beleza de nossa singularidade à medida que se entrelaça com a história maior. Podemos sentir a profundidade de nosso ser presente a cada momento.
Chegou a hora para que vocês se conheçam mais profundamente do que antes; tornar-se conscientes de quem realmente são além de quaisquer limitações impostas. Sintam o que precisa ser sentido e vejam o que precisa ser visto. Deixem que isso seja mantido dentro de vocês e não vocês dentro disso. Deem ao medo um lugar em seu coração – depois, vão além do seu limiar, para o infinito desconhecido.
Com amor,
Simon & Jennifer.
Tradução: Ivete Brito – adavai@me.com http://www.adavai.wordpress.com