Vocês removeram camadas daquilo que costumavam acreditar que eram partes suas? Processaram antigas emoções e autoidentificações que pertencem a um tempo e a um lugar diferentes em sua jornada? Talvez pareça uma remoção interminável de camada após camada. Talvez estejam querendo saber se restará alguma coisa ou se vocês podem deixar de existir por completo.
Cada momento em que vivemos neste mundo, desde o momento de nosso nascimento, deixou impressões e camadas a partir dos feedbacks que recebemos e que moldaram a forma como nos vemos. O mundo em que vivemos foi muitas vezes indelicado quando ofereceu o seu reflexo, dando-nos uma imagem incompleta de nós mesmos, que não abrange nossa verdadeira beleza e que nos ensinou a frustrar nossos corações da verdadeira sabedoria. Nossa essência está além dessas identificações, está além dos reflexos que estão disponíveis no mundo, porque esses reflexos também vêm de outros que são feridos pelos reflexos que receberam.
Vivemos em ciclos após ciclos de ferimentos, carregando-os como um escudo, que somente prossegue com o ciclo que nos isola de nosso amor e de nossa sabedoria inatos. Vivemos separados de nosso cerne, separados da essência amorosa de que somos feitos. E, no entanto, todos nós procuramos por isso, muitas vezes nos lugares errados, no reflexo ferido que o mundo tem para nos oferecer.
Vocês, seu corpo, sua inocência, sua beleza e seu amor não tiverem um reflexo verdadeiro dados a eles pelos olhos distorcidos do mundo. Vocês não foram recebidos sem julgamento, não foram aceitos sem reserva e não foram celebrados devido a sua singularidade. Todos nós fomos injustamente recebidos por este mundo de um modo ou outro. Todos fomos desconectados de nós mesmos à medida que internalizamos esses reflexos como verdade.
Em uma tentativa de nos proteger da dor, ocultamos nossas feridas e só desejamos revelar as nossas partes que seriam aceitas. E, assim, o mundo está sofrendo sob a superfície, chorando internamente, enquanto revela outra coisa do lado de fora. Permitimos que o superficial se tornasse o reflexo e fechamos a porta de nossa autenticidade, e, finalmente, nos esquecemos de quem éramos.
E aqui permanecemos, desvendando nossa dor; nos despindo da vergonha, da culpa e dos julgamentos e deixando de lado as expectativas. Permitindo-nos sentir, lamentar as dores que sofremos, dando-nos espaço para respirar o amor que merecemos, a liberdade de sermos quem somos, de nos amar, de honrar nosso corpo, de abraçar esta vida.
À medida que deixamos que as camadas das falsas identificações desapareçam, também começamos a nos conectar novamente com a nossa essência – cada camada que removemos nos aproxima da nossa verdade e da nossa beleza inatas. Finalmente, nossa luz interior começa a brilhar, e, enquanto acolhemos o que resta de nós sob as inverdades, nossa luz se torna definida pela escuridão em que está, em vez de tornar-se sombria em si mesma. Ao deixar brilhar a nossa luz, podemos nos tornar o próprio reflexo da verdade que vai ajudar os demais a se reconectar à essência deles.
Vocês não precisam se tornar nada, porque vocês já são tudo o que precisam ser, conforme abrem mão daquilo que vocês não são. Soltem-se, desvencilhem-se, liberem-se, e então, apenas brilhem! Vocês são belos!
Bênçãos,
Simon & Jennifer
Tradução: Ivete Brito – adavai@me.com http://www.adavai.wordpress.com