As vozes que anunciavam a alegria da libertação calaram a sua melodia de esperança nos penetrais do Infinito.
As paixões vis alcançaram níveis insuportáveis que solaparam as bases morais de sustentação da esperança.
A soberba convivia com as ambições superlativas, e o crime confraternizava com a hediondez, gerando situações insustentáveis.
A dor campeava desenfreada em espetáculos de horror e de desprezo.
As autoridades arbitrárias negociavam tudo, esquecidas que as suas leis, no passado, foram anunciadas em memoráveis assembleias de arrebatamento espiritual.
Os profetas vaticinaram que Ele viria quando mais fosse necessitado.
A imaginação alterada vestira-O de poder insano para fomentar o ódio contra os inimigos, destruir os conquistadores e conceder a Israel o cetro do poder temporal.
O santuário transformara-se em mercado vil onde se negociavam as misérias humanas e as ambições econômicas.
Já não se respeitavam os Divinos Códigos.
O exterior na ostentação substituíra o interior despido de artifícios e mantido com os valores da misericórdia, da simplicidade.
A descrença transformara-se em conduta real sob os frívolos compromissos cerimoniais.
A moralidade era cediça, desde o palácio real às choupanas miseráveis.
As festas eram o momento da catarse dos dramas e conflitos, em demonstração de fé religiosa ou de gratidão às bênçãos vividas antes com a libertação da Babilônia e do Egito.
Tudo era superficial e vão, merecendo o destaque dos que mandavam e da volumosa massa que se submetia.
Foi nesse tórrido clima político de submissão à Síria através de Pompeu, em nome do Império Romano e social, de desespero e fugas vergonhosas, que Ele veio.
Sem lugar para nascer, esplendeu Sua luz num tugúrio de calcário, nos arredores de Belém, numa noite silenciosa adornada de luzes estrelares.
(…) E Ele fez-se a Luz do mundo.
A partir daquela ocorrência, da noite inigualável, iniciou-se a era do amor incondicional.
Não O quiseram os manipuladores dos povos.
Não O aceitaram os opulentos e possuidores de coisa nenhuma.
Não O confirmaram os representantes da fé religiosa, porque distantes dela.
Negaram-Lhe agasalho e tentaram confundi-lO com ironias e mendacidade.
Perseguiram-nO, obrigando-O a modificar o Seu programa de pregação do amor.
Escarneceram das Suas palavras e, invejosos, apelaram para a fantasia da figura de Satanás fazendo o bem, num paradoxo de que Deus se utilizava do demônio para igualá-lO.
Ironia da pobre e louca Humanidade.
A tudo Ele suportou sem enfado nem ira.
Enfrentou as máscaras da hipocrisia e do desar compadecido da ignorância ultrajante daqueles que se Lhe fizeram inimigos, amigo ímpar que se manteve em relação a todos.
Obscureceram-Lhe o nome e tentaram manchar-Lhe a honra, mas Ele se manteve incorruptível, modificando a História da Humanidade.
Não O queriam, porque era humilde e sem prosápia, preferindo os desditosos, os fanfarrões desprezíveis das altas escalas socioeconômicas.
A Sua figura se exaltou pela renúncia e grandeza dos Seus feitos, da Sua inefável gentileza.
Pensa em Jesus!
Compara-O com os triunfadores do mundo e constatarás quanto é grande, porque se apequenou, e quanto é poderoso, porque não se exibiu.
Sua voz era doce, calma e penetrante, no entanto, venceu todas as tempestades históricas e orgias da loucura, que passaram.
Enquanto o mundo vão se consome nas próprias labaredas, Ele mais se humaniza e se apresenta como a solução única.
Tem coragem de enfrentá-lO para ouvi-lO e senti-lO no imo, dando-te harmonia e balsamizando-te com ternura.
Se O amas, entrega-te por definitivo.
Se O conheces superficialmente, descobre-O mais.
Se não te identificas com Ele ou o Seu programa, busca-O e verás quanto é significativa à Sua presença em tua vida.
Não permaneças indiferente a Jesus.
Soam no ar às doces melodias evocativas do Natal.
Ouve-as com o coração e celebra-Lhe o aniversário com uma canção de amor que transformarás em paz e alegria do próprio viver, amando e servindo sempre.
Fonte: www.divaldofranco.com.br