A grande mudança começa hoje para mim, quando eu deixo Kansas City para o meu novo lar. É algo que eu queria há muito tempo e agora está aqui.
Temos também hoje o Solstício e a Lua Cheia, o que lançou um pouco de caos emocional em nossas vidas. Se você não sentiu ainda emoções intensas e como se a sua vida estivesse caindo aos pedaços e você estivesse emocionalmente descontrolado, você tem sorte, porque tem sido difícil para muitos de nós.
Em cima disto, tivemos o Dia dos Pais neste fim de semana, que curiosamente cai próximo ao Solstício, e o Sol é o símbolo do pai na astrologia.
A cura da energia densa do pai que carregamos ajuda a criar novos paradigmas para as futuras gerações. É um grande salto para alguns de nós; nossos pais não foram muito fáceis de se conviver, não foram amorosos, ou não estiveram presentes. Mas é o momento agora e devemos estar dispostos a dar este passo à frente.
Se você teve um pai bom ou ruim, o seu pai é parte de seu grupo de alma, um aspecto importante de sua jornada de cura e outro reflexo de sua cura.
É uma nova semana, com muitas oportunidades para novos inícios. Está preparado? A energia está aí, à espera de que você a receba. É o momento de brilhar!
O Dia dos Pais foi neste fim de semana nos Estados Unidos, um dia em que comemoramos o nosso relacionamento com os nossos pais. Alguns não têm muito a comemorar, pois os nossos pais podem ter sido desconhecidos, ausentes, ou tão emocionalmente distantes que não conseguimos encontrar uma razão para celebrarmos o nosso relacionamento com eles. Meu pai morreu há 27 anos e embora eu passasse grande parte da minha vida zangada com ele e quisesse saber se ele se importava comigo, sob qualquer condição, eu entendo agora muito mais sobre ele e posso realmente ser grata pelas dádivas que ele me deu, em vez de me concentrar em como ele ignorou tantas oportunidades para mostrar o quanto ele me amava e se importava comigo.
Os pais refletem as nossas lições de poder e de amor, muitas vezes, através de suas limitações em vez de suas habilidades. Meu pai foi, como foram muitos dos homens de sua geração, emocionalmente perturbado. Órfão durante a Segunda Guerra Mundial, aos 4 anos, e adotado por estranhos em um país estranho, aos 7 anos, grande parte de sua vida foi vivida com a questão do que aconteceu a sua família biológica. Ele era quieto, introvertido e emocionalmente desconectado. No entanto, houve algumas vezes, como a primeira vez em que eu fui rejeitada por um menino que eu gostava, ele me confortou e me disse que eu era linda e um dia iria encontrar alguém que me amasse e me apreciasse, que ele seria amoroso e solidário.
Eu queria que ele fosse forte e poderoso, para me proteger e me mostrar que ele me amava, para que eu pudesse saber que eu era amada. Mas ele não se amava e nem se sentia digno do amor, com base em suas experiências de vida, assim ele não conseguia dar este tipo de amor para mim.
Meu pai, como muitos homens de sua geração, foi consumido pela dor, raiva, tristeza, impotência, e não tinha idéia de como expressar as suas emoções. Para a sua geração, as emoções eram para as mulheres, e “meninos grandes não choravam”. O que eu sei agora é que ele não poderia me dar o que ele não tinha; ele, simplesmente, não tinha as habilidades ou o conhecimento para estar emocionalmente presente.
Sinto que conheço o meu pai agora melhor do que nunca, e estou em paz com a pessoa que ele era, em vez de estar irritada com a pessoa que ele foi ou não, pois eu aprendi a aceitar o que ele nunca conseguiu ser. Foi necessário muito tempo para eu descobrir isto. Tive muitas expectativas em relação ao meu pai e fiquei muito zangada porque ele não as satisfez. Não conseguia reconhecer a sua dor, porque eu queria que ele diminuísse a minha, que me mostrasse que eu era poderosa e digna de amor. Ele viveu comigo durante os últimos meses de sua vida e isto me deu a oportunidade de ver a intensidade do seu sofrimento emocional, os sentimentos de desmerecimento, a profunda dor por ter sido separado de sua família, a tristeza que ele mantinha dentro dele e como o seu coração estava fechado. Momentos antes de sua morte, ele me disse que me amava, que estava orgulhoso de mim e se desculpou por não ser um pai melhor. Foram necessários mais de 30 anos para que ele dissesse isto para mim e isto foi a cura e a prova do amor que eu precisava.
Isto também foi um ponto de escolha para mim: eu conseguir aceitá-lo e seguir em frente, ou ficar com raiva e rejeitar este presente porque era muito pouco e demasiado tarde. Eu escolhi aceitá-lo (não imediatamente, contudo), grata por ele me amar o suficiente para encontrar a coragem de dizê-lo, mesmo que isto ocorresse nos últimos momentos de sua vida. Agora eu sei, com o entendimento que vem da experiência, com a sabedoria que vem com a idade, e a compaixão por ele ser um pai, que as limitações emocionais de meu pai foram o seu presente para mim. Eu poderia escolher ser como ele, ou eu poderia optar por ser tão emocionalmente aberta quanto possível, e acabar com o legado de sofrimento, mágoa, raiva, impotência e distância emocional, que foi o legado daquela geração.
Escolhemos nossos pais, mesmo os nossos pais distantes, ausentes ou feridos, de modo que possamos nos curar. A crença de que os pais deveriam ou não ter sido ———————————— (preencham o espaço em branco), coloca o ônus de nossa cura sobre eles e limita a nossa capacidade de aprendermos e nos curarmos de nossa jornada compartilhada.
Se eles foram terrivelmente abusivos ou extremamente amorosos, houve uma razão por tê-los escolhido e quando pudermos ser compassivos e perdoá-los e a nós mesmos, poderemos liberar existências de raiva e de decepção e aceitá-los pelo que eles são: seres humanos fazendo o melhor que eles podem, com o que eles aprenderam e sabem.
Se você teve pais bons ou ruins, seu pai é parte do seu grupo de almas, um aspecto importante de sua jornada de cura e outro reflexo de sua cura.
Este Dia dos Pais caiu também próximo ao Solstício, uma celebração do dia mais longo da luz do sol e o sol representa o pai na astrologia. É mais uma razão para nos realinharmos com uma perspectiva mais elevada em todos os nossos relacionamentos, mas, especialmente, com aqueles que nos esforçamos para entender, ou entrarmos em acordo, porque sentimos que eles estavam falhando de muitas maneiras.
Há outro aspecto a considerar, enquanto decidimos se iremos passar as nossas vidas com ressentimento pelos nossos pais, pelas suas precárias habilidades de paternidade, ou superamos estas emoções e vê-los com bondade compassiva e compreensão, e este é o despertar da energia do Masculino Divino. Comemoramos a ascensão do Feminino Divino, após eons de supressão, o que foi parte do nosso Legado da Atlântida. A energia do Masculino Divino representa o reingresso do masculino ao seu centro cardíaco, do qual esteve desconectado por tanto tempo, enquanto o Feminino Divino foi desconectado do seu poder.
Através de inúmeros séculos de guerra, morte, domínio e controle, a energia masculina teve o seu coração partido, sendo consumida pela tristeza, que é um produto do seu trauma, e é o momento para ela ser reconectada ao nível do coração e assim os homens poderão ser íntegros e completos novamente, reunidos com o amor incondicional que faz parte do seu projeto divino. Nós o vemos na geração mais jovem de hoje, quando pais são cuidadores e provedores para os seus filhos, de uma maneira que a minha geração nunca foi.
Ao perdoarmos nossos pais, o que significa que nos recusamos a manter a dor e a raiva que temos em relação a eles e aceitá-los pelo que eles foram e são, sem esperar que eles sejam diferentes, podemos abrir os portais para uma mudança na forma com que expressamos a energia masculina. E, então, podemos abençoar as futuras gerações com pais que sejam igualmente amorosos, compassivos, solidários e cientes do seu poder, de maneiras que lhes permitam expressar todo o amor em seu coração, por todos em sua vida. E ao assim fazermos, poderemos acabar com o legado do sofrimento, que tem sido uma poderosa limitação a nossa reconexão com o nosso próprio centro divino, e uns com os outros.
Autor: Jennifer Hoffman
Tradução: Regina Drumond – reginamadrumond@yahoo.com.br