Prem Baba - "O sofrimento se alimenta de sofrimento. Vamos romper com esse círculo vicioso" - Sementes das Estrelas

Prem Baba – “O sofrimento se alimenta de sofrimento. Vamos romper com esse círculo vicioso”

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Falar de paz e de amor é desafiador nos dias de hoje, porque são palavras que têm os seus significados distorcidos. Muitos têm até mesmo vergonha de se aproximar de qualquer movimento que esteja de alguma forma lidando com paz e amor. Ao longo da nossa história essas palavras acabaram tendo o seu significado distorcido, associado a religião, associado a uma série de crenças que nos impedem de compreender o significado mais profundo destas palavras. Ao mesmo tempo nunca foi tão urgente e necessário abrirmos caminhos para a paz e para o amor neste mundo.


Paz e Amor são fragrâncias do Ser Maior que nos habita. Em algum momento nessa nossa trajetória evolutiva acabamos nos distanciando deste Eu Maior que nos habita e acabamos nos esquecendo de como criar paz, como dar passagem para o amor através de nós. E a consequência deste esquecimento é o caos que vemos hoje no nosso mundo em todos os setores, todos os segmentos. A violência urbana é somente um pequeno aspecto, é um reflexo da falta de paz interior; é um reflexo da nossa incapacidade de manifestarmos consciência amorosa.


A evolução continua, mas nós não combinamos que deveria ser assim, não criamos um planejamento, um projeto para a humanidade. As coisas foram acontecendo e chegamos neste estágio da evolução aonde tomamos o real como falso, como irreal e tomamos o falso como real. Esse é um momento em que estamos tendo uma rara oportunidade de reescrever a história. O que é que você quer para a vida em sociedade? O que você quer para você?  Você está satisfeito com a forma como a vida tem se desenvolvido? Você está satisfeito com essa busca tão frenética por poder e por lucro? Essa focalização tão intensa em dominar a matéria de forma que o espirito que te habita é completamente esquecido?


Recebemos uma educação focada na guerra. A criança é ensinada desde cedo a ganhar dinheiro, mas não a ser feliz. Não há nada de errado em ensinar a criança a ganhar dinheiro, mas há um equívoco quando ensinamos que a criança que a felicidade está em ganhar dinheiro. O dinheiro é uma energia que pode construir, mas que pode destruir também. A criança precisa aprender a lidar com essa energia, mas nós não estamos ensinando essa criança a lidar com essa energia, estamos ensinando essa criança a acumular essa energia fazendo acreditar que se ela tiver essa energia ela vai ser feliz. Isso não é verdade. Sabemos que a felicidade não está relacionada com o que você tem ou deixa de ter. Isso faz com que tenhamos um sistema político completamente corrupto, faz com que tenhamos um sistema de saúde focado na doença e não na saúde, faz com que tenhamos um sistema global de comunicação focado na destruição.


Então eu fico feliz que tenha um grupo de almas compreendendo a necessidade de a gente rever tudo isso. Esse grupo de almas está crescendo e é isso que possibilita que tenhamos essa oportunidade; oportunidade de rever o que é que a gente quer.


Eu tenho observado que, independentemente do país em que as pessoas estejam vivendo, independentemente do que ela tem ou do que ela não tem, independentemente de religiosidade, todos estão procurando a mesma coisa: todos querem ter paz e alegria. Ter paz! E como é que a gente pode experienciar essa paz e essa alegria?  Como que a gente pode construir as bases de um mundo sem guerra? Porque se o que queremos é sentir alegria, é ter paz, é ter confiança de que nossas necessidades sejam atendidas, que a nossa vontade de ter relações amorosas onde existe respeito, porque nós estamos criando isso? Se a gente perdeu o rumo, nós temos que reencontrá-lo.


Minha proposta para hoje é que possamos refletir sobre esse assunto. Que possamos refletir em como criar uma cultura de paz e prosperidade. Então eu vou lançar algumas ideias para que a partir daí possamos refletir e, quem sabe, fazer uma troca.


Eu sinto que se faz necessário ter inteligência para criar paz e prosperidade. Inteligência é a manifestação do divino. Podemos dizer que o divino é inteligência; inteligência criadora. Inteligência se manifesta de muitas maneiras. Quando em algum momento nós sentimos que perdemos o rumo, colocamos o foco na inteligência cognitiva, que é o que possibilita a gente a se aprofundar no conhecimento da matéria. Em algum momento a gente acreditou que precisávamos ter domínio sobre a matéria e que só assim a felicidade e a paz viriam. Então nos aprofundamos no domínio da matéria. Vejam o que conseguimos ao longo desses últimos séculos: A célula foi identificada no século XVIII; hoje nós somos capazes de fazer o mapeamento genético. Olha o que aconteceu nos últimos vinte anos depois que o homem descobriu o micro transistor; olha o desenvolvimento da tecnologia! Isso porque toda a inteligência foi direcionada para a matéria. Especializamo-nos na matemática; especializamo-nos na física. O que é fabuloso; fabuloso, mas é apenas um aspecto da realidade.


Para que possamos encontrar paz temos que desenvolver também inteligência emocional e inteligência espiritual. Inteligência emocional implica em sabermos lidar com os sentimentos; implica em sabermos lidar com emoções; implica em sabermos criar união; implica em saber fazer acordos. Isso é possível se temos inteligência emocional suficiente para nos colocarmos no lugar do outro; vestir o sapato do outro para saber onde o calo aperta. Sentir a dor do outro. A inteligência emocional só se desenvolve através do autoconhecimento. Não existe outra maneira de se desenvolver a inteligência emocional. Para isso se faz necessário ter certa coragem. Coragem de se ver diante do espelho; coragem de admitir suas imperfeições, suas limitações, para, a partir daí, poder dar passagem para os seus potenciais.


Só uma pessoa que é suficientemente humilde para admitir suas limitações é que pode manifestar sua grandeza sem ser assaltado pela arrogância, sem ser assaltado pela soberba que vai gerar intriga de novo. Se a pessoa simplesmente manifesta suas qualidades sem ter purificado os aspectos sombrios da personalidade, esses aspectos entram pela porta dos fundos e não permitem que ela crie uma relação saudável. Isso não é inteligente. Não é inteligente! Eu tenho visto pessoas que desenvolveram uma inteligência cognitiva tremenda, mas que emocionalmente age como um nabo, uma cenoura. Às vezes um vegetal é mais inteligente porque pelo menos não cutuca a onça com vara curta.



Muitos ficaram parados lá na primeira infância e agem como uma criança que quer receber amor exclusivo; que usa todo o repertório da mente para forçar o outro a atender suas expectativas; que usa toda a inteligência cognitiva para forçar o outro para dar aquilo que ele não tem para dar. Você usa seu potencial para fazer do outro um escravo e com isso você se torna um escravo. Por falta desta inteligência emocional você acaba acreditando que se amarrar o outro no pé da sua cama você vai ter segurança. Não percebe que você está se escravizando e desperdiça o seu principal tesouro que é o tempo, porque a verdade é que, quando você menos espera, acabou o jogo. A vida humana é como uma bolha de sabão, quando você menos espera “plun”, acabou e você não leva um grão de poeira. Você só leva o peso das ações.


Inteligência emocional implica em se libertar da ideia de que você é uma vítima; implica em assumir responsabilidade. A pessoa madura emocionalmente, ou uma pessoa emocionalmente inteligente, é aquela que assume responsabilidade diante do conflito. Ao invés de apontar o dedo para outro, ela olha para ela. Ela não se torna cega, ela enxerga as falhas do outro, mas reconhece que talvez ela tenha falhas piores que a do outro. E dentro de um conflito, ao invés de acusar o outro, ela vai olhar para a responsabilidade dela. Vocês percebem como a inteligência emocional é fundamental para criar a paz?


Onde começa a guerra que a gente vê lá fora? Onde começa uma guerra entre dois países? As razões das guerras são sempre as mesmas: ciúmes, inveja, defender pontos de vista. Você acreditar que a sua verdade é melhor que a verdade do outro. Isso começa na sua relação com o outro que está perto de você. A guerra que a gente vê em Israel, Palestina, Síria; a guerra entre a Rússia e a Ucrânia começa aonde? Começa dentro de casa: é você com seu namorado, você com o seu filho, você com seu marido, sua esposa, seu empregado, seu chefe. Essa falta de inteligência emocional faz com que acreditamos que a maldade só existe no coração dos terroristas, dos bandidos, das pessoas de caráter duvidoso. Isso é absolutamente ilusório. A maldade existe dento de todo o coração humano e nós somos cocriadores de absolutamente tudo; tudo!


Enquanto não nos responsabilizarmos pela parte que nos cabe nós vamos ser cocriadores da guerra lá fora. Sempre que você está apontando o dedo para o outro, dizendo que ele é responsável, dizendo que ele é culpado pela sua incapacidade de amar, pela sua incapacidade de ser feliz, você está fazendo o mal de verdade para o outro, porque está o fazendo acreditar que é responsável pela sua incapacidade de ser canal da luz. Você está alimentando a ilusão, está alimentando a guerra. A inteligência emocional precisa ser desenvolvida.


Você precisa ter disposição para bater na porta da verdade. Verdade sobre você mesmo. Por exemplo: diante de um conflito, se você se sentiu perturbado, ao invés de apontar o dedo para o outro, procure em você. Faça a oração para o universo: “Me mostre, qual a minha responsabilidade neste conflito?” Se você está perturbado, olhe para a sua responsabilidade no conflito. Seja guiado pelo princípio de que, se você está perturbado, não importa a montanha de defeitos do outro; o que é importa é o grão de defeito em você que abriu as portas para essa identificação. E você precisa identificar esse grão de defeito em você que abriu as portas para essa perturbação. É só assim que você vai subir; que vai ampliando a sua inteligência emocional através da auto responsabilidade.


Vemos os casais, por exemplo, que são alvo de amor e de ódio. É com certeza um dos principais materiais de escola que temos, porque a gente aprende através do outro, porque a gente vê partes de nós mesmos através do outro. O quanto é desafiador assumir responsabilidade, como estamos profundamente viciados em culpar o outro; fazer o outro se sentir inseguro, se sentir impotente para a gente se sentir mais forte.


Quando estamos desconectados da fonte, da fonte de luz e vida que nos habita e que nos move, a gente precisa tirar energia de algum lugar. E qual o lugar de onde tiramos energia? Do outro. E como que a gente tira a energia do outro? Fazendo ele se sentir inferior. E nos especializamos ao longo de vida em usar nossa inteligência cognitiva em fazer o outro se sentir menos para a gente poder tirar a energia dele. Isso precisa ser transformado se quisermos estabelecer uma cultura de paz e consequentemente prosperidade.


Quando me refiro à prosperidade eu não estou falando de acúmulo, necessariamente. Estou falando que você precisa ter a confiança de que suas necessidades serão atendidas; estou falando em você se libertar do medo da escassez. Eu estou falando em você viver sem medo. Viver sem medo! Se você vive sem medo, você vive sem ódio, porque o ódio nasce do medo. Ódio e medo caminham junto. Se você se liberta do medo, você é canal da confiança. Confiança de que suas necessidades serão atendidas. E as necessidades são atendidas; eu lhe garanto. São atendidas quando você se harmoniza com os códigos divinos da confiança. Se você é vítima do medo, o medo cria as dificuldades para continuar alimentando a sua crença.


Aos poucos, conforme você vai se aprofundando no autoconhecimento, você vai compreender o que estou lhe dizendo; vai compreender que o medo em você cria a dificuldade para você continuar acreditando na sua incapacidade. É um círculo vicioso. O sofrimento se alimenta de sofrimento. Temos que romper esse círculo vicioso e criar um círculo benigno movido pela confiança que atrai cada vez mais coisas boas; cada vez mais presentes e bênçãos chegam para você e uma coisa boa leva a outra. Isso é infinito também. Isso é prosperidade. Você se sente abençoado, se sente com sorte e não tem medo que vai acabar ou que vai faltar, porque você já olhou para o medo, já encarou ele. Ele não te assusta mais. Você não está criando uma riqueza para fugir do medo porque se você criou riqueza para fugir do medo, em algum momento o universo vai te tirar essa riqueza para você encarar esse medo da pobreza. Quando você olhar para a pobreza e não ter mais medo dela, ela nunca mais te pega. Eu te garanto isso! Isso é prosperidade.


Da prosperidade nasce a plenitude e nasce a paz. Nós temos que criar paz, e para criar paz nós temos que romper com a guerra. Para romper com a guerra você primeiro tem que identificar a guerra dentro de você que começa no seu dia a dia, com a sua pequena família.  Aos poucos você vai perceber o reflexo desta pequena guerra no coletivo. Você sabia que uma borboleta que está batendo asas aqui influencia o terremoto que está acontecendo lá no extremo oriente? A física quântica já chegou ao entendimento disso; está tudo interligado, tudo conectado.


Então é fundamental que possamos desenvolver a inteligência emocional e que paralelamente possamos desenvolver a inteligência espiritual, que é o reconhecimento da natureza divina em tudo o que é vivo. A inteligência espiritual é a percepção do divino em cada um. Essa inteligência é que realmente interrompe qualquer movimento destrutivo. Você pode ver a divindade se manifestando em tudo o que é vivo, você reverencia, não ataca, não destrói, não machuca porque você sabe que o espírito de vida que passa numa flor é o mesmo espírito de vida que passa através de você. A inteligência espiritual nos faz perceber a unidade dentro da multiplicidade. Somos muito na superfície, mas dentro somos os mesmos. Somos o mesmo! Conforme a nossa inteligência espiritual vai crescendo a gente começa a perceber a unidade dentro da multiplicidade. A vida única por trás do nome, por trás do corpo, por trás da história e que nos mantém vivos. Esse Eu divino que é único fala em todas as bocas.


E como é que a gente expande a consciência espiritual? Através do cultivo do silêncio, através da meditação.  Eu posso dizer que a inteligência emocional nos leva a desenvolver valores humanos, ou virtudes da alma. O autoconhecimento nos leva a desenvolver honestidade, integridade, verdade, nos leva a desenvolver auto responsabilidade, gentileza, dedicação, serviço, beleza. Tudo isso são frutos do autoconhecimento. Conforme você vai se dedicando a ampliar a inteligência emocional através do autoconhecimento, você desenvolve esses valores. Mas paralelamente a este trabalho árduo, porém absolutamente necessário e fundamental, se faz necessário também a prática da meditação para desenvolver a inteligência espiritual.


Por isso é que eu estou lançando esse movimento, ou melhor, essa campanha que estamos chamando, “Just 1 minute”, que é uma forma de popularizar a meditação. Porque se a pessoa pode se comprometer com, no mínimo, um minuto do dia para a prática da meditação – um minuto que seja para lembrar do espírito, para lembrar do divino que lhe habita -, ela está desenvolvendo a inteligência espiritual que, por sua vez, vai evocando a presença, e que, por sua vez, vai também iluminar e ampliar a inteligência emocional. Não estou focando na inteligência cognitiva porque já temos suficiente. Agora temos que focar em desenvolver a inteligência emocional e a inteligência espiritual.


Temos que trabalhar para desenvolver esses valores que eu estou sugerindo e desenvolver a arte da meditação. Isso cabe a você que é o Eu consciente; você que escolheu estar aqui numa tarde como esta, feriado; você que fez um esforço. Alguns chegaram a fazer sacrifícios para estar aqui. Quem fez esse esforço, esse sacrifício? Você, Eu consciente. Você é o herói da jornada. É você que identifica o ‘eu’ inferior e escolhe renunciá-lo. Você escolhe se identificar com o Eu divino. Isso cabe a você. Autoconhecimento e cultivo de silêncio. Dedicar a bater na porta da verdade e ir se afinando com o êxtase através do cultivo do silêncio.


Se você faz a sua parte então, inevitavelmente, recebe a graça divina que lhe dá aquilo que você não pode fazer, porque você, enquanto Eu consciente, tem limite. Você vai até certo ponto; chega uma hora que não dá mais, e você percebe: “Cheguei até aqui e não consigo mais”. Mas se você está fazendo a sua parte, vai receber a graça do milagre do despertar, o milagre da cura. É um milagre o ser humano poder se libertar completamente da guerra que existe no mundo. É um milagre abrir o coração plenamente e amar a todos desinteressadamente. Amar mesmo aquele que está lá te atacando, querendo te matar. Às vezes o outro quer te matar e por causa disso você vai deixar de amá-lo? Isso é razão para você deixar de amá-lo? Isso é problema dele, uma loucura dele. Uma doença dele. Isso só significa que ele carrega uma dor profunda dentro dele. Quanto maior a violência, quanto maior a maldade, maior a dor que ela carrega.


A inteligência espiritual implica em enxergar a luz do outro além da sombra. E ao invés de atacar o outro porque ele está sendo canal de uma maldade, você reza para ele: PRABHU AAP JAGO PARAMATHMA JAGO MERE SARVE JAGO SARVATRA JAGO. Reza para que o amor acorde no outro, para que ele possa ir além desse mecanismo de defesa, deste jeito estúpido de tentar receber amor; esse jeito tão pouco inteligente de ser reconhecido, de ser considerado e ser amado. A pessoa quer ser reconhecida, quer ser considerada, quer ser amada e vai lá e espeta o outro. Não é uma forma estúpida? Uma forma pouco inteligente? Mas fazer o que se essa criatura não consegue fazer diferente?


O ser humano é capaz de coisas que a mente não explica. O ser humano é capaz de um perdão, capaz de ser canal de um amor sem limite. Hoje isso é apenas uma possibilidade. Você está acreditando no que eu estou dizendo: “Ah, o Prem Baba está falando, talvez seja verdade”. Nesse momento você precisa dar um voto de confiança, você precisa se render para o benefício da dúvida: “Talvez o Prem Baba tenha razão mesmo”. Talvez você consiga ser canal de um amor e de um perdão sem limites, para que possa perdoar e amar até mesmo alguém que quer te matar, que quer te machucar. Porque se não for dessa maneira você acaba combatendo o mal com um mal ainda maior.


Eu vejo que a lei de Moisés: “Olho por olho, dente por dente”, está tão profundamente arraigada no ser humano que, por mais que ele não tenha nenhuma influência destes princípios morais, filosóficos, religiosos, ele acaba sendo canal disso, um instrumento desta ideia de que ele tem que fazer justiça pelas próprias mãos. Mas eu tenho dito que quando a gente segue esse princípio de “olho por olho, dente por dente”, acaba todo mundo cego e banguela (risos). Justiça sem amor é crueldade. Às vezes é perversidade. Justiça sem amor não é justiça. Não é justiça! Às vezes é vingança disfarçada de justiça.


Temos alguns desafios pela frente. Se você quer mesmo se comprometer com a paz, com a prosperidade, com o amor, você precisa romper com a guerra. Você tem que dar o seu melhor para isso. Isso é desafiador; eu não estou dizendo que é fácil, (eu estaria mentindo, porque está muito arraigado), mas é possível. É possível! Essa é a minha experiência. Não estou aqui falando para você algo que eu li em algum livro. É a minha experiência. Se eu posso, você pode também. Eu trilhei o caminho para agora poder te guiar. Eu trilhei o caminho para poder mostrar para você que é possível. Faça a sua parte que a graça divina vai te abençoar.


Quero muito que você possa experimentar a fé autêntica, porque tem uma “pseudo fé”; a fé numa imagem mental, numa fantasia criada pela mente. Essa fé não resiste a um Não. É só receber um Não que a fé vai embora. É um amor que não resiste a um Não. Um amor que diz: “Vamos ao cinema?” O outro diz: “Não”. Aí você vira um bicho. Que amor é esse? Se você tem fé no divino, tem fé na existência, tem fé em Deus, mas torce o pé e aí você já diz que Deus é seu inimigo, que está contra você, que fé é essa? Isso não é fé verdadeira. A fé verdadeira é aquela que permanece mesmo em todas as dificuldades. A fé verdadeira é também aquela que nasce da experiência direta de Deus. A experiência direta do divino. Uma coisa é Deus ser inventado pela mente humana e outra coisa é o Deus que habita seu coração, que é o próprio amor, a própria verdade, que é o Eu Maior que nos habita, a vida única que nos habita.


Quando você realiza isso, você desenvolve uma fé que nada te derruba, você balança, mas você não cai. Você está seguro pela luz universal, que é o seu Ser mais profundo. Esse Deus não é aquele velho de barba que está lá de binóculos olhando para o pecado que você está cometendo. Isso é uma bobagem criada pela mente humana. Esse é um tirando cruel que não permite que você seja você; que não permite que você tenha a liberdade de se expressar, que você seja espontâneo. A qualidade máxima é a liberdade. A liberdade de ser o que é. A Divindade em você simplesmente é livre como um beija-flor. Quando você pode se expressar, ou a divindade se expressar através de você, você sente paz, sente alegria, e é abençoado com a abundância; se afina com a lei do mínimo esforço. Com o mínimo esforço você faz coisas grandiosas; o universo todo está a seu favor, ou seja, é possível. É possível!


Autor: Prem Baba
Fonte secundária: Trabalhadores da Luz
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