As quatro regras da raiva – 13.08.2013

As quatro regras da raiva – 13.08.2013

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Uma
funcionária sofria muitas vezes com o nervosismo do seu chefe. Ao menor erro
cometido, seu chefe se irritava e soltava altos brados contra ela. O
temperamento da moça também não era fácil. Assim que ela ouvia os gritos do
chefe, ela berrava de volta e ambos acabavam sempre vivendo dentro desse clima
de tensão e raiva no trabalho. Por ser ela funcionária pública efetiva, não
podia ser demitida pelo chefe. Certo dia, a moça se cansou de tudo isso, chorou
muito e desejou parar de viver esse inferno. Uma colega de trabalho, vendo seu
desespero, foi consolá-la. A moça disse: – Não aguento mais viver assim. Ele
sempre me ofende na frente dos outros, e eu não aguento e acabo gritando de
volta. Mas tudo isso está me fazendo muito mal. Não sei mais o que fazer para
não sofrer com isso. – Posso te dar uma palavra sobre essa situação? Perguntou
a colega de trabalho. – Sim, claro. Já cheguei ao meu limite e quero que isso
pare. – disse a moça. – Meu avô me ensinava, desde a infância, o que ele
chamava de as “Quatro regras da raiva”. E essas quatro regras servem para quase
todos os casos parecidos com o seu. – Quatro regras? Perguntou a moça. – Que
regras seriam essas? A colega respondeu: – Preste atenção, pois você pode levar
isso para toda a sua vida, assim como eu levei.
A
primeira regra é bem simples e ela diz o seguinte: “a raiva bloqueia teu
raciocínio”. Isso significa que os momentos em que explodimos de raiva são os
piores para se tomar decisões, posto que as fortes emoções restringem nossa
razão e nosso pensamento. Sempre que você fica com raiva e explode em intenso
fervor emocional, você pode fazer escolhas que depois farão você se arrepender,
e que podem até te prejudicar. Muitas vezes, tomados que estamos pela fúria,
escolhemos, dizemos ou fazemos coisas que depois, na tranquilidade, pensamos
“se estivesse calmo, não faria aquilo”. A trajetória de uma vida inteira pode
ser modificada e destruída em apenas alguns minutos de ira. A moça ouvia
atentamente… –
A
segunda regra diz o seguinte: “Quem está nervoso muitas vezes deseja que outros
fiquem como ele”, ou seja, todos aqueles que estão num estado de tensão,
nervosismo e que vivem nas trevas da raiva e irritação compulsiva desejam que
outras pessoas compartilhem do mesmo sentimento e descontrole. Quem está na
escuridão quer que todos estejam na escuridão, pois assim eles sentem que há
muitas pessoas como ele, e não se sente tão mal caso fossem os únicos. Apagar a
luz dos outros é a melhor maneira de não enxergar sua própria escuridão. Em
outras palavras, quem está na lama, quase sempre quer trazer os outros para a
lama, pois assim eles têm “companhia”. O raivoso deseja ter alguém com quem
compartilhar sua raiva, pois a raiva sozinha perde seu “combustível”, e muito
frequentemente se transforma em depressão. Toda raiva não compartilha com
outros acaba tornando o raivoso depressivo, com sentimentos de carência e
vazio. –
E
a terceira regra? Perguntou a moça, agora bem mais interessada. – A terceira
regra é a seguinte: “Não dê poder a quem não tem”. Quando você se deixa levar
pelos berros e deixa a raiva te dominar, você está dando poder àquela pessoa e
permitindo a ela te desestabilizar. Mas esse poder de desorganização emocional
é a própria pessoa que confere ao outro. No momento em que você pára de dar
poder a quem não tem poder, você não mais se envolve pelas ofensas e agressões
alheias e passa a ser mais neutro e menos vulnerável. – E por fim, a quarta
regra também é simples, mas pode parecer difícil de ser aplicada para algumas
pessoas: “Não responda a uma ofensa, apenas silencie”. Quando, por exemplo,
algum parente está envolto pela ira e começa a agredir a todos, a melhor
resposta é o silêncio. Por que o silêncio? Pois é apenas no silêncio que aquela
pessoa conseguirá ouvir a si mesma. Ela passará a ouvir seus próprios gritos,
suas ofensas, suas agressões e terá a chance de se perceber, se sentir e se
tocar do mal que está emanando.
A
quarta regra diz: apenas silencie e deixe a pessoa ouvir a si mesma. No momento
em que não correspondemos a raiva, a pessoa perde sua energia, fica sozinha e
passa a perceber a si mesma, e assim, ela pode enxergar-se como é. Dessa forma,
a chance dela se ver e procurar se modificar é bem maior. Após ouvir estas
explicações, a moça sentiu uma grande transformação interior, e não se deixou
mais levar pela raiva.


Por Paulo Henrique Bassani
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